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13 maio, 2011

Túnel do tempo : enquanto o blogueiro não volta...

Parece que bati o recorde de ausência aqui: quase dois meses e meio, justo agora que, graças ao twitter, os posts tem atingido picos de leitura jamais vistos nos quase seis anos deste blog.

Provavelmente, cabe aqui o mesmo comentário que tenho lido sobre a Primavera Árabe: as ferramentas das redes sociais sem dúvida nenhuma ajudam, mas se não houvesse uma movimentação no mundo real, uma indignação sincera com a situação vivida pelo meio artístico ( assunto dos últimos posts), nem twitter, nem facebook trariam alguém aqui.

Enquanto me organizo para voltar a postar com regularidade, encontrei um artigo que esqueci nos rascunhos. Curiosamente, é o segundo de três e publiquei os outros dois. Vale a pena pois trata justamente da mobilização do meio artístico. É de 3 de novembro de 2006 (o segundo turno foi no dia 29 de outubro, entre Alcides Rodrigues e Maguito Vilela). Será que evoluímos nesses cinco anos?



Chamado à razão - Eleições: A cultura na Mídia Goiana 2

Uma semana após a publicação do artigo do repórter Rogério Borges (Chamado à Razão - A Cultura na Midia Goiana), o Popular trouxe, no dia 26, quinta-feira anterior ao segundo turno da eleição para governador, no caderno Eleições, uma matéria sobre a precariedade das propostas dos dois candidatos para a Cultura. A matéria, de autoria do também repórter do Magazine Renato Queiroz, tinha uma breve entrevista com os candidatos, um box com suas propostas e era encabeçada pelo texto Propostas Genéricas para A Cultura, escrito a partir de entrevistas com pessoas atuantes na área. Fui uma delas. Minha fala aparece no último parágrafo:
O produtor cultural Marcos Fidelis, do Fórum Permanente de Cultura, vai além [vários aspectos já haviam sido mencionados, entre eles: a desproporção entre a importância econômica e social da área, sua função na construção da cidadania e a atenção a ela dedicada pelos políticos; o atraso em que se encontra o debate do tema em Goiás, em relação a outros estados; a pouca mobilização e organização dos envolvidos] e diz que o grande problema é que não existe uma política cultural em Goiás com a definição de objetivos. A valorização dos eventos faria bem à imagem dos governantes, mas não resolveria por si as questões da área. “O que há são ações isoladas sem a integração entre União, Estado e Município. No setor cultural, ainda impera a política de balcão e por isso alguns artistas ficam temerosos em cobrar e apontar as falhas dos governantes e, no futuro, sofrer represália”, critica. Por sofrer com o “personalismo e o autoritarismo do administrador público”, Marcos acredita que uma previsão para o setor cultural só poderá ser feita quando for divulgado o nome do novo presidente da Agência Goiana de Cultura (Agepel). Este, sim, o grande protagonista do espetáculo.
Acrescentaria que essa situação se verifica:
1) a despeito de várias iniciativas dos artistas e produtores visando a construção dessa política. No caso do teatro, que conheço melhor, em documentos coletivos encaminhados à Agepel em 2003 e 2004. Houve o atendimento, parcial, a algumas das demandas, mas somente após o encaminhamento desses documentos ao Gabinete do Governador e a cobrança feita a partir dali.
2) A falta de integração também ocorre entre as ações empreendidas.
A propósito , enviei a seguinte mensagem à seção Cartas dos Leitores:
----- Original Message -----
From: marcus fidelis
To: leitor@jornalopopular.com.br
Cc: fórum
Sent: Thursday, October 26, 2006 6:12 PM
Subject: Matéria de hoje - caderno eleições
Senhor editor,

Parabéns pela matéria sobre as propostas dos candidatos para a cultura.
Esclareço ser o autoritarismo a que me referi uma característica observável cotidianamente nas ações de nossos gestores culturais. Algumas delas, inclusive, abordadas em matérias anteriores neste mesmo jornal.
O veto à construção democrática de uma política cultural é comum às duas forças políticas que disputam a eleição para governador. A administração estadual o faz por omissão e a administração municipal de Goiânia ressuscitando práticas da República Velha, a ponto de desrespeitar sentença judicial.
Discuto a questão em maior detalhe no texto Atitudes Diversas, Resultado Idêntico, Mesma Razão, disponível em www.entreatos.blogspot.com.

Atenciosamente,

Marcus Fidelis
Produtor Cultural

19 março, 2007

Cultura Zero? 4 - Qual é o número?

Na edição de ontem, o caderno Magazine, de O Popular, trouxe como reportagem de capa uma seqüência de entrevistas com várias pessoas do meio cultural, que expuseram suas expectativas quanto à gestão da nova presidente da Agepel.
A matéria é assinada por quatro repórteres extremamente profissionais e muito zelosos de seu trabalho, que têm atuado tanto quanto possível em áreas específicas : Edson Wander - Música, Rogério Borges - Literatura, Valbene Bezerra - Teatro e Artes Plásticas e Rute Guedes - Cinema. É de supor-se que cada um deles tenha colhido os depoimentos dos entrevistados de sua área de atuação principal. Por isso mesmo, não é possível entender qual o critério de escolha dos entrevistados. A princípio, imaginei que fossem os presidentes de entidades representativas, mas há depoimentos que não seguem essa regra. No cinema, por exemplo, entrevistou-se o presidente da ABD-GO Associação Brasileira de Documentaristas - SeçãoGoiás, um roteirista e uma jovem cineasta, mas não foi ouvido Eládio Garcia Sá Teles, presidente da AGCV-Associação Goiana de Cinema e Vídeo, entidade que lutou pelo edital de curta-metragens que ela menciona (que aliás não foi lançado no ano passado).
A matéria, no que tange à Política Cultural, embora seja um trabalho de fôlego, ao limitar-se a reproduzir declarações dá dois passos atrás em relação ao marco histórico estabelecido por uma outra, publicada no mesmo espaço, em 02 de abril do ano passado, de autoria de Edson Wander (leia Bravo).
Questão a ser esclarecida é o valor do orçamento da Agepel para este ano. A matéria menciona R$ 42 milhões, sem indicar a fonte. O valor que utilizei em meus artigos anteriores é de R$ 47,5 milhões, soma das parcelas constantes da coluna respectiva no documento Despesas Previstas 2006 a 2007 , entregue pela Agepel ao Ministério Público no dia 15 de janeiro (a soma no documento está errada - confira na tabela que elaborei).
Onde foram parar os outros R$ 5,5 milhões? O valor corresponde a mais da metade da despesa com pessoal da Agência no ano passado (dado que acabo de obter), que foi de R$ 10,3 milhões, e é equivalente à soma dos gastos previstos para este ano com o FICA (R$ 3,7 milhões) mais a TENPO ( R$ 1,8 milhões) (leia Cultura Zero).

18 janeiro, 2007

Ponto de Vista - 5 A força do hábito

Os desdobramentos da reunião do dia 12 de dezembro, em que foi lançada a proposta de política cultural elaborada pelo Conselho Estadual de Cultura, em conjunto com entidades da área, mostram como é difícil se mudar hábitos.

Quanto à imprensa, já abordei o processo de elaboração e apoio ao documento e o tratamento dado ao assunto pelo Diário da Manhã.
O Popular também publicou uma matéria a respeito, no dia 19 de dezembro. Condensou as 10 páginas do documento em um parágrafo (7 linhas) e vai no mesmo sentido do Diário da Manhã, destacando a falta de participação da Agepel na sua elaboração e dando a entender que o mesmo foi elaborado naquela única reunião, e não ao longo de um processo. Traz, como o DM, afirmação do presidente do Conselho quanto ao fim da figura do rei.

É pena, pois a ampla reportagem sobre Política Cultural feita por O Popular na edição de 2 de abril do ano passado foi um marco (veja nota Bravo!) e com certeza foi um fator importante a influenciar o conselho nessa iniciativa - tanto é assim que seu presidente tem um exemplar dela sobre a mesa. O jornal sequer mencionou a elaboração do documento entre os fatos importantes para a área ocorridos no ano, no balanço que publicou na edição do dia 31.
A explicação para o pouco destaque às propostas e a ênfase na possível disputa entre Agepel e CEC está na matéria que o Popular publicou em 26 de oubro de 2006, com as (?) propostas dos candidatos para a cultura (veja texto a respeito). Interessa quem estará no cargo, não o que a sociedade considera que precisa ser feito.
O comportamento de parte das entidades supostamente representativas da área também é no mesmo sentido. Na própria reunião do dia 12, foi articulada uma outra, no dia 15, para a escolha de um nome a ser apresentado ao governador, como indicação da área para a presidência da Agepel.
A reunião foi marcada para o IHGG, onde o conselho tinha realizado as reuniões anteriores para elaboração do documento. Segundo o presidente do conselho, ele fez questão de não participar. No entanto, a pedido do presidente do IHGG, primeiro cedeu a lista de entidades culturais, para serem convidadas, e a seguir, o próprio estagiário do conselho foi encarregado de fazer as ligações.
Das 14 entidades que estiveram na reunião do dia 12 e assinam o documento, 4 não apareceram no dia 15 ( Associação Goiana de Cinema e Vídeo, Associação Goiana de Artes Visuais, Associação Goiana de Músicos e Compositores, Associação Brasileira de Documentaristas e Instituto Centro Brasileiro de Cultura). Das outras dez entidades presentes a ambas as reuniões, nove são ligadas à área de literatura e o ICUMAN ao cinema. Outras cinco entidades apareceram: a Associação Piresina de Letras e Artes, a Escola de Sambá Lua-alá, a Pro-cênicas e a FETEG. Portanto, 10 entidades ligadas à literatura, uma ao teatro (FETEG), uma ao cinema (ICUMAN), uma ao carnaval e uma ao teatro e música (Pro-cênicas).
A FETEG, como fizera na reunião anterior a AGCV, colocou-se contra a escolha de nomes e recusou-se a participar da votação.
O resultado final, com os nomes lembrados e votos obtidos foi:


1) Aidenor Aires - 9 votos
2) Luis Fernando Valadares - 7 votos
3) Nasr Chaul - 2 votos
4) José Mendonça Teles - 1 voto
5) Gilvane Felipe - nenhum voto

Aidenor Aires é o presidente do IHGG, Luiz Fernando Valladares é o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Nasr Chaul é o presidente da AGEPEL, José Mendonça Teles é o presidente do instituto que leva seu nome e Gilvane Felipe é o ex-presidente do SEBRAE.
Nove das 14 entidades presentes têm fortes vínculos com a atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia, evidenciados ao longo dos últimos dois anos:
- Aires era um dos presentes à reunião na casa de Siron Franco, em apoio à candidatura de Maguito Vilela, segundo reportagem de Carlos Brandão publicada no Diário da Manhã de 21.09.06 (leia a respeito). É também um dos membros do atual Conselho Municipal de Cultura.
- Quatro das entidades atestaram perante o judiciário terem recebido o edital de convocação da III Conferência Municipal de Cultura, anulada pela justiça por falta de publicidade: União Brasileira de Escritores – Seção Goiás – UBE-GO, Academia Goiana de Letras - AGL, Instituto Histórico e Geográfico de Goiás-IHGGe Associação Goiana de Imprensa- AGI .
- Todas elas, mais a Lavourartes, uma diretora da AFLAG e o Presidente da Comissão Goiana de Folclore declararam apoio ao Secretário Municipal de Cultura nas mudanças introduzidas no FAC, objeto de Ação Popular por iniciativa do então Conselho Municipal de Cultura.
- A coleção Prosa e Verso, lançada em pela SECULT em novembro de 2006 traz, entre os volumes publicados, além de coletâneas da UBE, AGL, AFLAG e IHGG, obras individuais dos respectivos presidentes de todas elas, mais os congêneres do Lavourartes e da Comissão Goiana de Folclore.
- O Presidente da Associação Piresina de Letras e Artes, apesar da instituição ser de Pires do Rio, é um dos atuais membros do Conselho Municipal de Cultura de Goiânia, nomeados pelo prefeito.
- A Pró-Cênicas teve seu lançamento oficial no dia 14 de agosto de 2006, no IHGG, em cerimônia que contou com a participação do Secretário Municipal de Cultura. É presidida por Carlos Brandão, atual diretor do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, e foi representada na reunião por membro da diretoria, ligado a Carlos Moreira, atual representante das Artes Cênicas no Conselho Municipal de Cultura.
Lista das entidades que participaram da reunião do dia 15/12 (em negrito, aquelas com vínculos com a administração municipal):
1.Academia Goianiense de Letras
2.Instituto Cultural José Mendonça
3.Associação Lavourartes
4.FETEG
5.Escola de Samba Lua Alá
6.Pro-cênicas
7.Associação Piresina de Letras e Artes
8.Academia Goiana de Letras
9.União Brasileira de Escritores
10.Associação Goiana de Imprensa
11.AFLAG
12.Comissão Goiana de Folclore
13.ICUMAN
14. IHGG

Para ler mais sobre a Conferência Municipal de Cultura, clique sobre este assunto, abaixo do texto.

05 dezembro, 2006

Bravo III - Curso Livre e Gratuito de Cinema - Corra enquanto é tempo!!

Numa iniciativa inédita e que merece aplausos, a Agepel, em conjunto com a Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, está oferecendo 40 vagas para um curso livre de alto nível em cinema.
Sem dúvida, uma ação que complementa o Projeto Doc TV, que financia a produção de documentários, escolhidos em seleção pública e depois exibidos na Rede Pública de TV ( que diga-se de passagem estão com a liberação de recursos atrasada 6 meses).
No Núcleo de Produção Digital, que oferecerá o curso, estão juntos, de forma inovadora, governo e sociedade, através de dois conselhos: o gestor ( Agepel, Agecom, Sebrae, Senac e UFG) e o consultivo ( ABD-GO - Associação Brasileira de Documentaristas-GO, AGCV - Associação Goiana de Cinema e Vídeo, ICUMAM - Instituto de Cultura e Meio Ambiente, e Faculdade de Comunicação-UFG). Destaque-se ser a primeira iniciativa que aproxima o sistema S de ações governamentais na área da cultura no estado, já que o curso utilizará os equipamentos do laboratório do SENAC.
O quadro de professores é de alto nível. Enfim, o curso que muita gente esperava e cujas vagas com certeza serão altamente disputadas. Desde que a Faculdade de Comunicação da UFG acabou com o curso de Rádio e TV, há uma enorme demanda reprimida de interessados em audiovisual que não tem condições de pagar os cursos existentes em instituições particulares. Neste aspecto, duas ressalvas:
1) O edital divulgando as inscrições, abertas desde o dia 22/11, foi publicado no diário oficial do dia 24/11 (clique aqui para ler na íntegra). As informações que reproduzo abaixo estão na página da Agepel, mas parece-me que a imprensa não divulgou isso, e as inscrições encerram-se depois de amanhã, dia 7.
2) Em contrapartida pela chancela ao curso, 25% das vagas estão reservadas para alunos da UFG. Parece-me discutível. Ora, os alunos da UFG já teriam um diferencial na análise de seus currículos por cursarem comunicação. E como ficam os ex-alunos, para citar um único grupo? Conheço uma pessoa que fazia Rádio e TV porque era o que havia de mais próximo do cinema. Com o fim do curso, não quis optar por jornalismo. Se resolver disputar uma vaga, terá sido prejudicada duas vezes.
Agepel e Núcleo de Produção Digital Goiano realizam Curso Livre de Cinema

O Núcleo de Produção Digital Goiano (NPD-GO) está recebendo inscrições para o Curso Livre de Cinema até o dia 7 de dezembro de 2006, no escritório do Fica (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental - Centro Cultural Marietta Teles Machado – Praça Cívica).

Ao todo são oferecidas 40 vagas, sendo 30 para a comunidade em geral e 10 para alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG). Não há taxa de inscrição e a duração do curso é de dois anos O interessado deverá levar seu currículo ao escritório do Fica, das 8 às 12 e das 14 às 18 horas. O Conselho Gestor do Núcleo de Produção Digital Goiano, criado pela Agepel no dia 13 de novembro de 2006, do qual a Associação Brasileira de Documentaristas (ABD-GO) faz parte, vai se reunir no dia 8 de dezembro próximo, na sede do Fica, para efetuar a seleção dos postulantes ao curso.

O Núcleo de Produção Digital Goiano (NPD-GO) é um dos 11 Núcleos da Rede Olhar Brasil idealizada pelo Minsitério da Cultura (MinC). O NPD-GO deverá promover a formação e capacitação de técnicos e realizadores de audiovisuais com ênfase na utilização de tecnologias digitais de som e imagem. Assim, será um centro de educação audiovisual voltado para a formação gratuita de realizadores jovens e/ou principiantes e à capacitação profissional de técnicos audiovisuais. Paralelamente à formação dos alunos, o NPD-Go será uma base de apoio à produção independente, que agora contará com equipamentos de captação de som e imagem bem como computadores para finalização de trabalhos audiovisuais.

Quanto ao plano de formação e aprimoramento, pretende-se uma grade de formação técnica e teórica do audiovisual baseada na própria ótica do processo fabril cinematográfico. Para isso, foi idealizada uma grade de formação que pretende estudar e mostrar as etapas de criação de um produto audiovisual como de fato elas acontecem: pesquisa, roteiro, pré-produção, produção, montagem e finalização.

Professores

As únicas matérias paralelas às etapas de criação seriam “História do Cinema”, a ser ministrada por Lisandro Nogueira e “Teoria do cinema” possivelmente com Ismail Xavier. Outros nomes que deverão engrandecer o quadro de professores do NPD-GO seriam Dib Lutfi, como professor de fotografia e Walter Lima Jr, como professor de direção. Ambos se mostram entusiasmados com a idéia de um núcleo em Goiás, mais especificamente na Cidade de Goiás, com sua luz particular, ornada pela Serra Dourada. A idéia que tiveram durante o VI Fica, Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, foi de que a Cidade de Goiás seria o lugar ideal para a primeira Escola de Cinema Ambiental do mundo, devido ao fato de ser uma cidade tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade e ainda ter uma luz e vegetação únicas. “Talvez caiba ao NPD-GO iniciar esta idéia em Goiânia, até a criação de uma Escola de Cinema Ambiental mesmo, na Cidade de Goiás, em um segundo momento”, diz o coordenador do curso João Novaes.

O módulo Cinema Ambiental proposto na grade de formação idealizada para o NPD-Go deverá acontecer na Cidade de Goiás, como forma de iniciar esta idéia maior, a Escola de Cinema Ambiental. O módulo será ministrado por Washington Novaes, analisando filmes clássicos como Hiroshima mon amour, Dersu Uzala e Surplus, que tratam a temática ambiental com maestria e a magia única do cinema.


Plano de ação

O plano de ação do NPD-GO terá várias frentes de trabalho, apoiando os vários projetos relacionados ao audiovisual já desenvolvidos em Goiás. Além do projeto DOCTV Goyaz, pretende-se que funcionem conjuntamente com o NPD-GO outras seis iniciativas de políticas públicas para o audiovisual goiano:
- Apoio ao Edital de curtas-metragens realizado pela Agepel (Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira), que fomenta a produção de quatro curtas em vídeo todo ano. Apoio, a partir de março de 2006, com o oferecimento à produção independente do parque de produção digital do NPD-GO;
- Apoio ao Fica, Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, realizado há sete anos também pela Agepel. Apoio sobretudo às oficinas de edição, fotografia e direção do IX Fica em junho de 2007;
-Apoio ao projeto da Industria Criativa do Audiovisual Goiano idealizado pelo Sebrae;
-Apoio ao Edital de curtas realizado pela Secretaria de Cultura do Município de Goiânia, que este ano criou o FestCine Goiânia, Festival de Cinema Brasileiro que incentivará a produção de cinco curtas-metragens em 2005. Apoio às oficinas do II Festcine Goiânia, bem como apoio aos projetos selecionados pelos editais de fomento do II Festcine Goiânia e;
-Apoio ao Goiânia Mostra Curtas que há cinco anos é realizada pelo Icumam ( Instituto de Cultura e Meio-ambiente). Possível viabilização de um programa de um mês que mostre os vencedores da Goiânia Mostra Curtas, ainda em dezembro de 2005. Apoio à VI e VII edições da Goiânia Mostra Curtas. Apoio às oficinas destas edições com o parque de produção digital do NPD-GO.
-Utilização do Laboratório de Edição do SENAC-Go, que conta com 10 computadores G5 para módulos práticos de Edição e os módulos de montagem do Plano de Formação.

Assim, o NPD-Go deverá ser um núcleo de fomento da produção audiovisual goiana, bem como de formação e qualificação técnica paralela. Para ele deverá convergir a discussão dos rumos do audiovisual goiano, bem como funcionar como um ponto de encontro, troca e negócios entre a produção independente, as produtoras e emissoras locais. Desta forma será criada uma rede de apoio à produção audiovisual regional de baixo custo.

O Conselho Gestor de Projetos do Núcleo de Produção Digital Goiano será formado pelo Presidente da Agepel (Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira), o Diretor Executivo do NPD-GO, o Presidente da Agecom/TV Brasil Central (Agência Goiana de Comunicação), o Presidente do Sebrae-Go, o Presidente do SENAC-GO e o Reitor da UFG, ou seus respectivos representantes.

O Presidente da ABD-GO (Associação Brasileira de Documentaristas – Seção Goiás), o Presidente da AGCV (Agência Goiana de Cinema e Vídeo), o Diretor do Icumam (Instituto de Cultura e Meio Ambiente), o diretor da Faculdade de Comunicação da UFG formarão o Conselho Consultivo do NPD-GO.

O Conselho Gestor se reunirá a cada três meses para avaliar o andamento do NPD-GO, sua implantação, execução do plano de ação e formação e ainda a implementação do plano de comunicação com a sociedade. Ao final de cada ano tornará público um balanço das atividades anuais do NPD-Go, citando projetos apoiados, cursos oferecidos à população e produtos audiovisuais oriundos do NPD-Go veiculados em meios de comunicação.

O NPD-GO deverá ser instalado no prédio hoje ocupado por parte da Agepel e o Fica. Trata-se do Centro Cultural Marieta Telles que se localiza na Praça Cívica, Centro de Goiânia. O local é visto como o mais apropriado, pois ali se encontra o Cine Cultura, que deverá ser utilizado como sala de aula do Plano de Formação proposto. E além disso, é o local de acesso mais fácil da cidade por se tratar de região Central desta capital, arremata o coordenador do curso João Novaes.


Contatos: 3201-4689 – Emília (NPD-GO)
9975-6880 / 3225-3436 – João Novaes joaonovaes@brturbo.com.br



Serviço:
Evento: Inscrição para curso livre de cinema
Local: Escritório do Fica – Centro Cultural Marieta Telles – Praça Cívica
Data: Até 7 de dezembro de 2006
Horário: 8 às 12 e 14 às 18 horas
Taxa de inscrição: Isento

07 novembro, 2006

Chamado à Razão: A Cultura na Mídia Goiana - 3

A matéria de O Popular que mencionei no segundo texto desta série teve desdobramentos na seção Cartas dos Leitores do jornal:
Cultura em Goiás
A leitora Deolinda Conceição Taveira Moreira foi muito feliz em sua carta sobre a matéria do jornalista Renato Queiroz sobre cultura. O que ela comentou é o que realmente acontece nos projetos culturais por este Brasil afora.
Os gestores culturais ficam presos aos seus amigos, como se a cultura girasse ao redor de grupos. Como a leitora comentou, quando alguém vai a uma festa e é convidado a tocar ou cantar, ou a expor seus quadros, o ganho é somente a divulgação.
Até parece que o artista não vive como todos os seres mortais, ou seja, não come, não se veste, não fica doente, não precisa de dinheiro. Nas mudanças de governo, sempre o que entra quer deixar a sua marca, aí vem outro grupo se esquecendo de que o projeto tem de ser sério e para todos.

DiMagalhães
Cidade de Goiás – GO
Temas culturais

A matéria Propostas genéricas para cultura, do jornalista Renato Queiroz, publicada neste excelente veículo de comunicação, é muito mais do que a área cultural está habituada. E reflete a ausência total de políticas públicas para a cultura em Goiás.
O agente público lembra-se da cultura quando decide dar uma festinha e convida um artista para tocar ou quer decorar seu gabinete e pede quadros para isso. Ora, o que será que o artista come? Vento?
A entrevista demonstra que todas as propostas estão direcionadas à cultura como lazer, esquecendo que é também fonte de renda e sobrevivência dos produtores, que pagam impostos, empregam outras pessoas e trabalham com capital especial – a criatividade humana.
Todavia aponto duas propostas: uma, o banco do povo cultural, que acredito ser bastante pertinente, e a segunda a do retiro dos artistas. A matéria, a meu ver, veio em boa hora.

Deolinda Conceição Taveira Moreira
Vila Nova – Goiânia

18 outubro, 2006

Chamado à razão - Eleições: A cultura na mídia Goiana

Reproduzo abaixo artigo do jornalista Rogério Borges, publicado hoje em O Popular, na página de opinião. Tenho reproduzido e/ou comentado trechos de matérias suas no Magazine e artigos de opinião. Complementos essenciais ao seu artigo são o de Eduardo Horácio, sobre a Política Cultural do Tempo Novo, Política de Eventos e a entrevista dele com Eládio Garcia Sá Teles, ambos na Tribuna do Planalto e a matéria de Edson Wander, também do Magazine, disponível no Overmundo, sobre Política Cultural. Os candidatos, caso se interessem, estarão bem servidos. As remissões ( links) estão ao final.




Um patinho feio chamado cultura


Nesta campanha eleitoral no segundo turno, assistir ao horário político tornou-se mais que um exercício de paciência. Transformou-se em prova de resistência para o estômago. As acusações e as comparações pipocam a cada segundo. É dinheiro de dossiê pra cá, é ameaça de privatização em massa pra lá; é um dizendo que o adversário é sombra do padrinho político, é o oponente respondendo que o rival adora prejudicar funcionário público. E assim a campanha passa, as propostas se perdem entre ofensas e insinuações e não conhecemos os reais intentos de quem deseja ser presidente ou governador.

Rogério Borges

Os nossos ilustres candidatos, eventualmente, quando não estão ocupados em avacalhar com o adversário, até falam em planos – muito genéricos, diga-se de passagem – para a saúde, a educação, a geração de emprego e renda. Mas já estamos na reta final da campanha e o eleitor não sabe, por exemplo, o que eles pensam sobre áreas como a cultura.

Cultura? Algumas pessoas podem até estranhar que um tema que geralmente não faz parte do cardápio principal de uma eleição seja lembrado aqui como uma área que mereceria uma atenção maior dos candidatos. Talvez esteja exatamente aí a raíz de muitos de nossos problemas. Talvez seja exatamente pelo descaso com que a cultura sempre foi tratada neste País que ele ainda precise conviver com debates políticos tão pobres e rasteiros, desrespeitosos com o eleitor, que se vê participando deste processo como mero coadjuvante, quando deveria ser o contrário.

No lamentável debate da TV Bandeirantes entre Lula e Alckmin, quando os dois faltaram se engalfinhar na frente das câmeras, com uma recíproca e intermitente “troca de gentilezas”, nenhuma sílaba sequer foi dedicada à questão da cultura. Será que foi porque essa área não exige um acompanhamento mais próximo, já que seria supérflua? Ou os candidatos acham que tudo está tão bem neste setor que não há mais nada a fazer para melhorá-lo? Quem convive com a cultura e quem a produz sabe que existe uma carência de políticas públicas para a área, no amplo leque de iniciativas que ela engloba.

O brasileiro lê menos do que deveria, milhares de cidades não têm sequer uma sala de cinema, faltam bibliotecas, peças de teatro viraram artigos de luxo, os museus estão às moscas pela falta do hábito em visitá-los. As manifestações folclóricas sobrevivem a duras penas, os grupos musicais da periferia têm dificuldade em mostrar seus trabalhos, os espetáculos de dança são raros e as exposições de artes plásticas são programas restritos às elites. Motivos não faltam para despertar o interesse dos homens públicos para a área, mas eles preferem se dedicar a programas de maior visibilidade, que tragam resultados mais imediatos.

Cultura é mesmo algo difícil de lidar. Exige sensibilidade, boas idéias, ações criativas, conhecimento de causa, paixão. Estes são predicados que estão diminuindo na classe política brasileira. E o maior sinal disso não é o fato de o presidente cometer erros de português ou ter pouca instrução. Quem pensa assim também não entende nada dos verdadeiros parâmetros culturais que, acima de tudo, são democráticos e não aceitam esse tipo nojento de preconceito de classe.

O maior sinal de que a cultura está ficando para escanteio é sua total e absoluta ausência no momento em que o debate político nacional atinge seu ápice. Essa desconsideração mostra que as preocupações de fundo cultural não são prioritárias para os candidatos, para o ex-metalúrgico inimigo das concordâncias e para o médico formado com discurso impecável e empolado. Nesse sentido, ambos demonstram se igualar na ignorância. Na ignorância do papel fundamental que a cultura exerce na formação de uma nação, na consolidação da democracia e na construção da identidade de um povo.

Quem não entende isso, não deveria se achar em condições de conduzir um país ou um Estado. Quem não enxerga a importância que tem a cultura a ponto de não lhe dedicar dois minutos no horário eleitoral gratuito, um minuto de uma réplica num debate, a exposição de uma única proposta para o setor em um comício, sinceramente, não deveria entrar na vida pública. Políticos que não reconhecem a cultura como fundamental para um povo, uma nação, têm muito mais chances de atrapalhar do que de contribuir. Sabemos que desemprego, filas em hospitais, falta de escolas, crise no campo e obras de infra-estrutura são temas primordiais e não podem ser negligenciados. Mas a cultura deveria ser encarada neste mesmo patamar de importância, o que não ocorre. E enquanto não ocorrer, estaremos fadados a, em todas as eleições, discutir os mesmos problemas, apontando as mesmas soluções retóricas, sem com isso mexer na base, no que verdadeiramente interessa.

Rogério Borges é repórter do Magazine
Leia mais:
Seis meses depois, o fim do anonimato - trecho da entrevista de Rogério com Paulo Mendes da Rocha
Highlanders - trecho da matéria de Rogério sobre a profusão de academias de letras no Brasil, em especial em Goiás
No Forno - reprodução de seu artigo A literatura e os diletantes - fundamental para entender o meio cultural goianiense
Seis meses depois - sobre a entrevista de Eládio Sá Teles na Tribuna do Planalto
Bravo!! - onde comento o artigo de Eduardo Horário e a matéria de Edson Wander