11 abril, 2009

Política Cultural em discussão - Agepel se abre para os cidadãos

Oito meses após consolidada a mudança no comando da Agepel, a agência está promovendo um encontro com os artistas para a discussão das suas ações.

O primeiro Fórum Goiano de Cultura começou na última segunda-feira, quando foi discutida a democratização dos espaços administrados pela agência. Na terça, foram discutidos formação, interiorização e produção de eventos. A discussão continua na próxima semana: na segunda o tema será o fomento e na terça serão encaminhadas as conclusões do fórum.




Acompanhei pela imprensa a polêmica sobre os shows de Rock no Martim Cererê, iniciada com a leitura de uma carta enviada à Agepel pelo diretor de teatro Marcos Fayad e que acabou sendo o destaque na cobertura do primeiro dia do fórum, repercutindo na seção de Cartas dos Leitores de O Popular.

Não pude comparecer, mas é preciso destacar a mudança de postura da agência.

Para ilustrar, publico dois documentos de 9 anos atrás. Elaborados por artistas e produtores de teatro, o primeiro documento reivindicava políticas públicas para a área. A sua discussão e elaboração fora desencadeada pela publicação de um anúncio de página inteira, em O Popular, sobre as realizações do governo estadual na área cultural em 1999 (primeiro ano da gestão) . O segundo documento reproduzia as respostas verbais, dadas pelo presidente da agência numa reunião , pedindo sua confirmação, aprofundamento ou esclarecimento. Suas respostas foram dadas a lápis, no corpo do próprio documento, numa outra reunião. Embora outros documentos fossem encaminhados e reuniões realizadas, não houve qualquer resultado.



Articulação1

Articulação2

Somente em 2003, primeiro ano do novo mandato ( e quinto da gestão), a Agepel convocou reuniões com as áreas artísticas, em separado. Novo documento com reivindicações foi elaborado , desta vez num fórum mais amplo em que se organizou a área teatral . Foi entregue em 20 de março de 2003, com dezenas de assinaturas e levou à realização da única edição do Circuito Agepel de Artes Cênicas e a um seminário que trouxe alguns convidados e onde se discutiu vários aspectos ligados à área. Posteriormente, a agência criou um prêmio de montagem, que teve duas edições.

A realização deste seminário indica uma nova abordagem, com maior abertura da atual gestão da Agepel em relação à participação das cidadãos na discussão e planejamento de suas ações. O encaminhamento já dado ao Plano Nacional de Cultura e ao edital dos Pontos de Cultura também vão no mesmo sentido.

A edição do Tenpo do ano passado, feita logo após a consolidação da mudança de comando, foi radicalmente diferente das anteriores, priorizando a discussão e a valorização dos artistas do estado.

Um caminho está aberto. Esperemos que possa ir longe.

Atualização em 12.04 - Corrigi a informação sobre o documento de Marcos Fayad. Como o texto mostra agora, ele não compareceu ao fórum. Sua carta foi lida por um dos componentes da mesa. O ausente conseguiu ter mais destaque que os presentes.

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