Mostrando postagens com marcador TV Pública. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador TV Pública. Mostrar todas as postagens

05 dezembro, 2007

Desafios da TV Brasil

No domingo, começou a operar a TV Brasil.

Reproduzo abaixo artigo de Alberto Dines a respeito, publicado no Observatório da Imprensa (clique aqui se preferir ler o artigo no site original).



REDE PÚBLICA DE TV
O PSDB foi inapetente, o governo parece esfaimado

Por Alberto Dines em 4/12/2007


A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) que o Democratas apresentou na segunda-feira (3/12) no Supremo Tribunal Federal para impugnar a Medida Provisória que criou a TV Brasil teve o mérito de esclarecer pelo menos duas questões fundamentais:

** O DEM, ex-PFL, não se meteria sozinho nesta aventura caso não contasse com o apoio de importantes grupos privados de comunicação (eletrônicos e impressos) inconformados com a aparição de uma alternativa pública (ou semi-pública) destinada a atender ao segmento dos telespectadores insatisfeitos com os padrões da TV comercial.

** O DEM aceita a Rede Cultura, uma TV Pública (ou semi-pública) sustentada pelo governo do estado de São Paulo (PSDB), constituída em moldes exatamente iguais aos da TV Brasil e com uma audiência que esta dificilmente conquistará nos seus primeiros anos de vida.

O Democratas, portanto, não está preocupado com a qualidade da nossa TV, está preocupado com a presença deste governo nas telinhas e, evidentemente, em ganhar apoio do setor conservador da mídia. Jamais abriu o bico contra a TV Educativa ou contra a Radiobrás, os sustentáculos da primeira fase da TV Brasil. Joga-se agora contra a TV Brasil porque esta nasceu equívoca, impulsionada por cronogramas visivelmente eleitorais.

Oportunidade perdida

A montagem da TV Brasil passou ao largo de todas as discussões, de todos os seminários e de todos os fóruns sobre TV Pública nos últimos dez ou onze anos que recomendavam expressamente um entrosamento entre as emissoras e redes existentes, públicas, culturais ou educativas. O bom senso e a experiência não recomendam a tábula rasa. Na gênese da TV Brasil não deveriam ser desconsideradas a força, a penetração e a experiência da TV Cultura. Tê-la como aliada/parceira/associada/camarada evitaria ataques da ala delirante dos conservadores e criaria condições para uma robusta rede não-comercial e, sobretudo, não-partidarizada, a salvo de eventuais investidas antioficialistas.

O governo está apostando todas as suas fichas no próximo pleito presidencial, esquecido de que depois de 2010 poderá ser obrigado a rever a complicada engenharia para integrar a TV Educativa e a Radiobrás acrescidas eventualmente da Rede Cultura. Portanto, o governo age como grupo político com visões de curtíssimo prazo, sem qualquer estratégia de Estado. Isso é péssimo e foi exatamente o que levou o DEM a entrar com a ADIN.

Quando em 1996 o governo federal era virtual detentor das três redes de TV, o embaixador Sérgio Amaral, na qualidade de Secretário de Comunicação da Presidência da República, organizou um seminário na Rede Cultura para discutir a criação de uma rede pública de TV. O país vivia a euforia do Real e do fim da inflação, as circunstâncias eram extremamente favoráveis. Os tucanos não se animaram, talvez temerosos de uma possível reação do PFL então comandado pelo truculento senador Antonio Carlos Magalhães, ele próprio um dos coronéis eletrônicos, acionista de um grupo de comunicação regional e afiliado da poderosa Rede Globo.

Aliança que não houve

Se o PSDB foi inapetente há onze anos, o PT e a base aliada agora parecem esfaimados. Foram com muita sede ao pote, faltou-lhes uma certa nonchalance, displicência superior. Franklin Martins, Teresa Cruvinel, Orlando Senna, Helena Chagas e Arnaldo Cesar Jacob são profissionais de altíssimo nível, receberam uma tarefa, vão cumpri-la. Mas a estratégia palaciana foi simplista, pedestre. A prova é o Conselho Curador da TV Brasil com as impressões digitais do presidente Lula facilmente identificáveis.

Apesar de apoiada pelo governo federal, a TV Brasil parece frágil, solitária, conseguiu ser ameaçada por duas ex-diretoras da TV Educativa (Acerp) que deveriam ter sido dispensadas no início do processo, quando começou a fusão. Agora são exaltadas pela mídia privatista apenas para criar confusão (ver "Festas sem sal, sem açúcar").

O DEM não ousaria contestar o governo de São Paulo, o logotipo da TV Brasil deveria estar presente hoje em alguns programas da TV Cultura como co-produção formal ou associação. Segundo os manuais, as grandes revoluções devem começar com alianças. Foi um erro esquecer-se de São Paulo.

19 outubro, 2007

O futuro da televisão

No Observatório da Imprensa, Nelson Hoineff discute juventude e televisão em texto imperdível. Confira um trecho:


[Dentro de dez anos] a televisão falsa, massificada, fundamentada na crença de que audiência é gado, será matéria de estudo pouco honroso para o meio que hoje tem a certeza que a fórmula do sucesso é nivelar tudo por baixo e reduzir ao mínimo o nível de exigência de quem está pagando a sua conta.

Clique aqui para ler o texto completo.

14 abril, 2007

Bem-vinda, Linda

Na quarta-feira passada, dia 11 de abril, o Centro Cultural Martim Cererê acolheu um evento insólito. O Fórum Permanente de Cultura recebeu a nova presidenta da Agepel, Linda Monteiro, com um coquetel de boas-vindas.



A recepção, como tudo o mais que faz o fórum, foi um trabalho coletivo e voluntário, com as contribuições dos participantes. O propósito maior , iniciar uma nova etapa no relacionamento entre poder público e sociedade, num clima amistoso e respeitoso, foi plenamente atingido.


Linda chegou antes do horário marcado (20h.) e só saiu ao final, por volta de 1:30h., atendendo a todos que a procuraram nesse período, dentre os cerca de 100 participantes, representantes das várias áreas da produção cultural.



A programação teve início com um número de tecido, apresentado por Júlio Rodrigues, da Cia Pés Nus. Em seguida, o presidente da FETEG, Norval Berbari, fez a leitura de um texto de saudação, elaborado pelo fórum.



Júlio Rodrigues em cena
foto: Levy Silvério









Foram entregues à presidenta da Agepel uma carta aberta , contendo propostas para uma política cultural, e um kit com uma amostragem da atual produção cultural do estado.











Wilmar Ferraz faz a entrega do kit
foto: Levy Silvério


Ao fazer uso da palavra, Linda Monteiro elogiou o avanço político do fórum, com sua formação anarquista, e declarou-se aberta ao diálogo com o meio cultural. Reconheceu a pertinência das propostas apresentadas. Anunciou já ter agendado reunião com a Secretária da Educação, para o encaminhamento de ações conjuntas. Declarou-se uma defensora da seleção de pessoal por concurso público, inclusive por ser exigência legal. Comentou a importância da regulamentação do Fundo Estadual de Cultura para o atendimento das necessidades do setor. Mencionou saber da existência do documento de propostas para uma política cultural, elaborado pelo Conselho Estadual de Cultura e entidades, já encaminhado ao governador. Justificou o investimento em obras físicas feito em sua gestão anterior, que tem sido criticado na imprensa, como imprescindível naquele momento pela situação em que se encontravam os equipamentos, dizendo-se inclusive emocionada por estar naquele teatro, reformado à época. Não fez promessas, nem anunciou ações, por ainda estar se inteirando da situação da agência.

foto: Levy Silvério

A presença de Linda Monteiro, atendendo ao convite do fórum, marca uma virada no relacionamento entre a Agepel e o meio cultural. Vamos agora aguardar pelas ações. O desafio é enorme, como continuarei mostrando na série de artigos sobre a agência .

20 dezembro, 2006

Lista dos Selecionados para o Curso do NPD

Esta é a relação completa dos selecionados para o curso do NPD, incluindo as listas de espera ( que não foram divulgadas pela imprensa). Para ampliar a imagem, basta clicar sobre ela:
.
Posted by Picasa

05 dezembro, 2006

Bravo III - Curso Livre e Gratuito de Cinema - Corra enquanto é tempo!!

Numa iniciativa inédita e que merece aplausos, a Agepel, em conjunto com a Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, está oferecendo 40 vagas para um curso livre de alto nível em cinema.
Sem dúvida, uma ação que complementa o Projeto Doc TV, que financia a produção de documentários, escolhidos em seleção pública e depois exibidos na Rede Pública de TV ( que diga-se de passagem estão com a liberação de recursos atrasada 6 meses).
No Núcleo de Produção Digital, que oferecerá o curso, estão juntos, de forma inovadora, governo e sociedade, através de dois conselhos: o gestor ( Agepel, Agecom, Sebrae, Senac e UFG) e o consultivo ( ABD-GO - Associação Brasileira de Documentaristas-GO, AGCV - Associação Goiana de Cinema e Vídeo, ICUMAM - Instituto de Cultura e Meio Ambiente, e Faculdade de Comunicação-UFG). Destaque-se ser a primeira iniciativa que aproxima o sistema S de ações governamentais na área da cultura no estado, já que o curso utilizará os equipamentos do laboratório do SENAC.
O quadro de professores é de alto nível. Enfim, o curso que muita gente esperava e cujas vagas com certeza serão altamente disputadas. Desde que a Faculdade de Comunicação da UFG acabou com o curso de Rádio e TV, há uma enorme demanda reprimida de interessados em audiovisual que não tem condições de pagar os cursos existentes em instituições particulares. Neste aspecto, duas ressalvas:
1) O edital divulgando as inscrições, abertas desde o dia 22/11, foi publicado no diário oficial do dia 24/11 (clique aqui para ler na íntegra). As informações que reproduzo abaixo estão na página da Agepel, mas parece-me que a imprensa não divulgou isso, e as inscrições encerram-se depois de amanhã, dia 7.
2) Em contrapartida pela chancela ao curso, 25% das vagas estão reservadas para alunos da UFG. Parece-me discutível. Ora, os alunos da UFG já teriam um diferencial na análise de seus currículos por cursarem comunicação. E como ficam os ex-alunos, para citar um único grupo? Conheço uma pessoa que fazia Rádio e TV porque era o que havia de mais próximo do cinema. Com o fim do curso, não quis optar por jornalismo. Se resolver disputar uma vaga, terá sido prejudicada duas vezes.
Agepel e Núcleo de Produção Digital Goiano realizam Curso Livre de Cinema

O Núcleo de Produção Digital Goiano (NPD-GO) está recebendo inscrições para o Curso Livre de Cinema até o dia 7 de dezembro de 2006, no escritório do Fica (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental - Centro Cultural Marietta Teles Machado – Praça Cívica).

Ao todo são oferecidas 40 vagas, sendo 30 para a comunidade em geral e 10 para alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG). Não há taxa de inscrição e a duração do curso é de dois anos O interessado deverá levar seu currículo ao escritório do Fica, das 8 às 12 e das 14 às 18 horas. O Conselho Gestor do Núcleo de Produção Digital Goiano, criado pela Agepel no dia 13 de novembro de 2006, do qual a Associação Brasileira de Documentaristas (ABD-GO) faz parte, vai se reunir no dia 8 de dezembro próximo, na sede do Fica, para efetuar a seleção dos postulantes ao curso.

O Núcleo de Produção Digital Goiano (NPD-GO) é um dos 11 Núcleos da Rede Olhar Brasil idealizada pelo Minsitério da Cultura (MinC). O NPD-GO deverá promover a formação e capacitação de técnicos e realizadores de audiovisuais com ênfase na utilização de tecnologias digitais de som e imagem. Assim, será um centro de educação audiovisual voltado para a formação gratuita de realizadores jovens e/ou principiantes e à capacitação profissional de técnicos audiovisuais. Paralelamente à formação dos alunos, o NPD-Go será uma base de apoio à produção independente, que agora contará com equipamentos de captação de som e imagem bem como computadores para finalização de trabalhos audiovisuais.

Quanto ao plano de formação e aprimoramento, pretende-se uma grade de formação técnica e teórica do audiovisual baseada na própria ótica do processo fabril cinematográfico. Para isso, foi idealizada uma grade de formação que pretende estudar e mostrar as etapas de criação de um produto audiovisual como de fato elas acontecem: pesquisa, roteiro, pré-produção, produção, montagem e finalização.

Professores

As únicas matérias paralelas às etapas de criação seriam “História do Cinema”, a ser ministrada por Lisandro Nogueira e “Teoria do cinema” possivelmente com Ismail Xavier. Outros nomes que deverão engrandecer o quadro de professores do NPD-GO seriam Dib Lutfi, como professor de fotografia e Walter Lima Jr, como professor de direção. Ambos se mostram entusiasmados com a idéia de um núcleo em Goiás, mais especificamente na Cidade de Goiás, com sua luz particular, ornada pela Serra Dourada. A idéia que tiveram durante o VI Fica, Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, foi de que a Cidade de Goiás seria o lugar ideal para a primeira Escola de Cinema Ambiental do mundo, devido ao fato de ser uma cidade tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade e ainda ter uma luz e vegetação únicas. “Talvez caiba ao NPD-GO iniciar esta idéia em Goiânia, até a criação de uma Escola de Cinema Ambiental mesmo, na Cidade de Goiás, em um segundo momento”, diz o coordenador do curso João Novaes.

O módulo Cinema Ambiental proposto na grade de formação idealizada para o NPD-Go deverá acontecer na Cidade de Goiás, como forma de iniciar esta idéia maior, a Escola de Cinema Ambiental. O módulo será ministrado por Washington Novaes, analisando filmes clássicos como Hiroshima mon amour, Dersu Uzala e Surplus, que tratam a temática ambiental com maestria e a magia única do cinema.


Plano de ação

O plano de ação do NPD-GO terá várias frentes de trabalho, apoiando os vários projetos relacionados ao audiovisual já desenvolvidos em Goiás. Além do projeto DOCTV Goyaz, pretende-se que funcionem conjuntamente com o NPD-GO outras seis iniciativas de políticas públicas para o audiovisual goiano:
- Apoio ao Edital de curtas-metragens realizado pela Agepel (Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira), que fomenta a produção de quatro curtas em vídeo todo ano. Apoio, a partir de março de 2006, com o oferecimento à produção independente do parque de produção digital do NPD-GO;
- Apoio ao Fica, Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, realizado há sete anos também pela Agepel. Apoio sobretudo às oficinas de edição, fotografia e direção do IX Fica em junho de 2007;
-Apoio ao projeto da Industria Criativa do Audiovisual Goiano idealizado pelo Sebrae;
-Apoio ao Edital de curtas realizado pela Secretaria de Cultura do Município de Goiânia, que este ano criou o FestCine Goiânia, Festival de Cinema Brasileiro que incentivará a produção de cinco curtas-metragens em 2005. Apoio às oficinas do II Festcine Goiânia, bem como apoio aos projetos selecionados pelos editais de fomento do II Festcine Goiânia e;
-Apoio ao Goiânia Mostra Curtas que há cinco anos é realizada pelo Icumam ( Instituto de Cultura e Meio-ambiente). Possível viabilização de um programa de um mês que mostre os vencedores da Goiânia Mostra Curtas, ainda em dezembro de 2005. Apoio à VI e VII edições da Goiânia Mostra Curtas. Apoio às oficinas destas edições com o parque de produção digital do NPD-GO.
-Utilização do Laboratório de Edição do SENAC-Go, que conta com 10 computadores G5 para módulos práticos de Edição e os módulos de montagem do Plano de Formação.

Assim, o NPD-Go deverá ser um núcleo de fomento da produção audiovisual goiana, bem como de formação e qualificação técnica paralela. Para ele deverá convergir a discussão dos rumos do audiovisual goiano, bem como funcionar como um ponto de encontro, troca e negócios entre a produção independente, as produtoras e emissoras locais. Desta forma será criada uma rede de apoio à produção audiovisual regional de baixo custo.

O Conselho Gestor de Projetos do Núcleo de Produção Digital Goiano será formado pelo Presidente da Agepel (Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira), o Diretor Executivo do NPD-GO, o Presidente da Agecom/TV Brasil Central (Agência Goiana de Comunicação), o Presidente do Sebrae-Go, o Presidente do SENAC-GO e o Reitor da UFG, ou seus respectivos representantes.

O Presidente da ABD-GO (Associação Brasileira de Documentaristas – Seção Goiás), o Presidente da AGCV (Agência Goiana de Cinema e Vídeo), o Diretor do Icumam (Instituto de Cultura e Meio Ambiente), o diretor da Faculdade de Comunicação da UFG formarão o Conselho Consultivo do NPD-GO.

O Conselho Gestor se reunirá a cada três meses para avaliar o andamento do NPD-GO, sua implantação, execução do plano de ação e formação e ainda a implementação do plano de comunicação com a sociedade. Ao final de cada ano tornará público um balanço das atividades anuais do NPD-Go, citando projetos apoiados, cursos oferecidos à população e produtos audiovisuais oriundos do NPD-Go veiculados em meios de comunicação.

O NPD-GO deverá ser instalado no prédio hoje ocupado por parte da Agepel e o Fica. Trata-se do Centro Cultural Marieta Telles que se localiza na Praça Cívica, Centro de Goiânia. O local é visto como o mais apropriado, pois ali se encontra o Cine Cultura, que deverá ser utilizado como sala de aula do Plano de Formação proposto. E além disso, é o local de acesso mais fácil da cidade por se tratar de região Central desta capital, arremata o coordenador do curso João Novaes.


Contatos: 3201-4689 – Emília (NPD-GO)
9975-6880 / 3225-3436 – João Novaes joaonovaes@brturbo.com.br



Serviço:
Evento: Inscrição para curso livre de cinema
Local: Escritório do Fica – Centro Cultural Marieta Telles – Praça Cívica
Data: Até 7 de dezembro de 2006
Horário: 8 às 12 e 14 às 18 horas
Taxa de inscrição: Isento

04 dezembro, 2006

TVs Públicas III - Como é em Goiás

Por acaso encontrei um comentário sobre a programação da TV Brasil Central, no Observatório da Imprensa. Nem parece que o texto é de 2000:
TV sem cultura em Goiás

Se não bastasse a baixa qualidade da representante da TV Cultura em Goiás, verificada na maior parte de seus programas – colunismo social, promoção de pessoas, empresas etc. –, a TBC Cultura invade horário de outros programas nacionais, aliás, os melhores. No último caso, registrado freqüentemente no domingo, especificamente no horário do programa Cartão Verde, a TBC, com uma versão local, resolveu estender o tempo, reprisando o programa paulista com meia hora de atraso. O que levou a emissora local a não veicular a Mostra Internacional de Cinema, preferindo repetir alguma entrevista de Conexão Roberto D'Ávila.

A TBC Cultura também grava vinhetas de programas nacionais, indicando muitos apoios culturais, e interferindo no andamento da transmissão nacional, fazendo com que o telespectador ache que o problema veio da TV Cultura paulista, da Fundação Padre Anchieta. Eu já estava cansado de tanto desrespeito, e resolvi fazer o mesmo que o ator e diretor de teatro Marcos Fayad, ou seja, reclamar. Ele preferiu recorrer ao principal jornal do estado, O Popular, onde escreveu sua experiência durante um período em tratamento médico, no qual resolveu saber o que a televisão goiana estava produzindo. Ele afirma que escolheu assistir à TBC porque é a emissora no estado que tem maior produção local, e é verdade.

Citação dele: "Com raras exceções, nenhum programa da TBC Cultura é feito para servir e melhorar a vida do telespectador, coisa mais natural, até obrigatória, em se tratando de um canal de TV pública, onde os funcionários são pagos pelo povo."

A seguir, ele afirma, e eu assino embaixo: "Mas ele (o canal) é usado para promover empresas particulares dos tolos apresentadores ou atirar confetes em seus egos inflados de idiotices."

Mais: "Pobre telespectador! Somos todos vítimas do delírio da autopromoção desvairada, em que um patrocinador e um vaidoso de plantão inventam um programa, e podem causar estrago na diversão e na cultura de quem já tem tão pouco com que se divertir."

Esta é a minha reclamação. Nacionalmente, a TV Cultura é ótima. Localmente, sua afiliada deixa muitíssimo a desejar.

José Cristin Pimenta, estudante de Comunicação Social

01 dezembro, 2006

TVs Públicas II - O que são, o que poderão vir a ser

No Observatório da Imprensa, artigo de Nelson Hoineff faz uma contextualização histórica e comparada das Tvs Públicas brasileiras e das possibilidades que se abrem para sua renovação, com a realização do Fórum Nacional de TVs Públicas.

Lembrando que a mudança da TV Brasil Central é um dos pontos fundamentais se se pretender ter uma política cultural em Goiás, como disse em meu artigo publicado em O Popular. E a Tv Brasil Central, vai participar?

Dois trechos do artigode Hoineff:

Interessa às três partes deixar as coisas como estão: aos governos, que continuam tendo um instrumento de propaganda (ainda que pouco visto) feito com o dinheiro do contribuinte; às emissoras privadas, para as quais é bom que as televisões públicas recolham-se às suas insignificâncias, conheçam o seu lugar e fiquem onde estão; e às próprias televisões públicas, que transformadas em repartições constituem-se em depositários de empregos e posições que serão tão mais estáveis quanto mais estiverem esquecidos.

Para uma quarta parte, justamente a que paga a conta, a situação não poderia ser pior. Com as exceções de praxe, a televisão pública é o abrigo da ideologia imitativa que repete e dilui de forma grotesca o que já é ruim na televisão comercial. Por que a televisão pública não é o espaço da ousadia e da experimentação que move a criação televisiva, como de resto toda forma de criação humana? Essa é uma pergunta que o Fórum Nacional de TVs Públicas, se tiver juízo, poderia se esmerar em responder.

É a televisão pública que deveria zelar pela diversificação da produção, encorajando a pluralidade e apostando nos novos formatos. Em grande medida, no entanto, ela simplesmente repete o modelo de produção viciado que faz da televisão comercial brasileira um caso único no mundo de concentracionismo e de confusão entre produtor e exibidor.

23 novembro, 2006

Tvs Públicas

Reproduzo notícia do site do Ministério da Cultura, relacionada ao quarto ponto de meu artigo anterior.
21.11.06

I Fórum Nacional de TVs Públicas

Lançamento acontece dentro da programação do Fórum Cultural Mundial

Será realizada na próxima segunda-feira, dia 27 de novembro, às 15h, no Centro Cultural OI FUTURO (Rua 2 de Dezembro, n° 63 – Catete), no Rio de Janeiro, a solenidade oficial de lançamento do I Fórum Nacional de TVs Públicas - iniciativa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura junto à Casa Civil e às entidades representativas do campo público de televisão - em sessão especial da programação do Fórum Cultural Mundial. O evento contará com as presenças da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef; do ministro da Cultura, Gilberto Gil; e do secretario do Audiovisual, Orlando Senna; além dos presidentes da Associação das Emissoras Públicas Educativas e Culturais (ABEPEC), Jorge Cunha Lima; da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU), Gabriel Priolli; da Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCcom), Fernado Mauro; da Associação Brasileira das Rádios e Televisões Legislativas (ASTRAL), Rodrigo Lucena; do presidente da Radiobras, Eugênio Bucci; e da presidente da TVE/Rede Brasil, Beth Carmona.Na solenidade será apresentado o processo de realização do I Fórum Nacional de TVs Públicas e de seus objetivos de promoção da mais ampla discussão sobre a TV Pública e seus desafios no cenário da comunicação social contemporânea, reunindo representantes do campo público de televisão, do Governo Federal, do Congresso Nacional e da sociedade civil.Em sua primeira fase preparatória, o processo permitiu a elaboração do mais completo diagnóstico dos diversos segmentos do campo público de televisão, cuja síntese foi reunida na publicação do Caderno de Debates que será divulgado durante o lançamento. Agora, esse trabalho - que articulou a parceria do Governo Federal com os mais diversos segmentos da sociedade civil - inicia sua segunda fase com a implantação dos grupos temáticos que desenvolverão o conjunto de teses a serem levadas para a plenária do Fórum, marcado para acontecer em fevereiro de 2007.Contando com essa metodologia e com a adesão manifestada pelos diversos setores envolvidos, a realização do I Fórum Nacional de TVs Públicas construirá mecanismos para a maior articulação entre os canais públicos de televisão e será capaz de apontar recomendações estratégicas para o planejamento futuro de políticas públicas e a adoção de medidas necessárias ao desenvolvimento da TV Pública no Brasil.