07 julho, 2009

Notícia incompleta: o que aconteceu na Assembléia?

Trecho da matéria de Núbia Lobo, em O Popular de hoje, sobre a sessão de ontem da Assembléia (com grifo meu):

Bate-boca entre deputados e a discussão sobre a atuação de um militar que presta serviço para o Legislativo tomou conta da reunião da Comissão Mista, onde o deputado José Nelto (PMDB) pediu vistas de todos os projetos. Apenas 28 dos 40 deputados que registraram presença estavam no plenário no final dos trabalhos.

Fiquei curioso: como assim? que militar? que deputados? que discussão? No site da Assembléia não encontrei nada a respeito. Recorri ao Faxina Geral. Estava lá (grifo meu):

Deu na TV Alego, mas não nos jornais. O Deputado Estadual Mauro Rubem PT GO chamou a atenção do Chefe da Guarda da PM da Casa Coronel Urzeda por estar interferindo em suas atitudes políticas quando havia acabado de denunciar sobre o Major Araújo em plenário, que foi destituido da Assof-Associação dos Oficiais, e que se encontra sem nenhum cargo na Corporação Militar, e o coronel veio com o telefone com ligação spare com Comandante da PM Antônio Elias para explicar o acontecido.
Como a sessão Mista é ordinária o Coronel Urzeda nada pode se explicar. A explicação ficou a cargo da Deputada Isaura Lemos PDT e do Coronel Queirós PTB, que cada vez que argumentavam, mais se complicavam.

Surpreendentemente, não há qualquer referência ao episódio de ontem no site do deputado Mauro Rubem. A busca do seu site não tem resultado para o caso do Major Araújo. Nem mesmo a matéria sobre a audiência pública de lançamento da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, ocorrida dia 30, faz referência ao caso. No entanto, na abertura do evento , o deputado não só o mencionou como apontou o Major Araújo na platéia para que recebesse a solidariedade dos presentes.

PS (08.07.09) - Nos sites de entidades representativas da área de segurança há mais informações.

No da UGOPOCI (União Goiana dos Policiais Civis), há uma nota dura, do dia 25 /06, caracterizando como um golpe contra a democracia: as prisões do major e de um outro militar, o Soldado Teles e o afastamento daquele da presidência da Assof ( Associação dos Oficiais), por terem usado de sua liberdade de expressão.

nota da UGOPOCI - clique no último botão na parter superior, à direita, para ver em tela cheia

Um Golpe Na Democracia



No do Sindjustiça (Sindicato dos Servidores e Serventuários da Justiça), uma nota do dia 26 dá conta de audiência realizada, na véspera, com o deputado Mauro Rubem, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, pedindo a ele providências para que o major fosse libertado e reconduzido à presidência da Assof. A nota explica que a prisão ocorrera no dia 16, como punição ao major por ter "promovido e participado de uma passeata e ato pacífico dos policiais de Goiás pelas ruas da capital e com concentração na entrada do Palácio Pedro Ludovico, em defesa dos interesses dos trabalhadores da Polícia Estadual". Outra nota, do dia 27, relata a aprovação de moção de apoio ao major em evento internacional de servidores públicos, realizado em Brasília.

nota do dia 26.06 - clique sobre a imagem para ampliar




Finalmente, no blogue editado pelo próprio Major Araújo, além de reproduções das notas mencionadas acima, há vídeos da fatídica passeata, realizada no dia 20 de maio. Também são listados alguns dos seus objetivos:

Ato Público realizado pelas Polícias Militar, Civil e Corpo de bombeiros Militar de Goiás, com o objetivo de protestar e ao mesmo tempo chamar a atenção da sociedade para os problemas que afetam a classe militar do Estado e a Segurança pública de modo geral,tais como:

1 - A não Aplicação da data base salarial, apesar da garantia constitucional, dos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009;

2 - Diferenças provenientes do reparcelamento dos salários em 2007;

3 - Defasagem de efetivo, que sobrecarrega o polícial e prejudica a população que fica desassistida dentre outros.

PS2(08.07.09) - O caso do major já havia sido mencionado aqui no blogue, no dia 25.06, de passagem, por Bruno Garajau e Josiel Silva, nos comentários que fizeram a nota sobre a falta de destaque pela imprensa à greve da polícia civil.Infelizmente, à época não tive tempo de apurar melhor a história.

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