Hoje, mais uma manifestação pela abertura do CCON. Desta vez, de Marconi Perillo. Já cansei de escrever sobre o assunto. Segundo a pesquisa aí em cima, à esquerda, este será o 29º post a mencioná-lo. Só o publico porque lembrei-me de alguns rascunhos que tinham ficado para trás.
De novidade, a única coisa a ser dita é como está sendo eficiente a estratégia de desviar o foco do problema verdadeiro - o absurdo que é a obra em si pelo modo como foi concebida e implantada - para a consequência disso - o fato de estar inconclusa até hoje.
O parecer do MP junto ao TCE sobre o contrato da obra, que publiquei no dia da manifestação anterior, mostra isso detalhadamente. Antes disso, por exemplo, meu post Niemeyer - As curvas no caminho, de outubro de 2007.
Segue, abaixo, um rascunho de maio de 2007, em que utilizei informações que constavam, à época, do site da Agepel ( e que depois subsidiaram o post acima).
C.C. Oscar Niemeyer - Obra custou o triplo do previsto
O início da epopéia da construção do C.C. Oscar Niemeyer pode ser recapitulado através das informações do sítio da Agepel, do Goiás Agora e de algumas matérias dos jornais:
As primeiras notícias são de 2000 - quando foi entregue ao arquiteto " a proposta de construção e implantação do Parque Cultural" , na " Praça em frente ao Parque Zoológico de Goiânia, uma área de 290.000 metros quadrados". Em 2001 houve a mudança do local proposto para a área " nas proximidades do Jardim Goiás", o que implicaria em "apenas alguns ajustes, além de um estudo ambiental antes do detalhamento arquitetônico. A área construída permaneceria a mesma. A obra deveria começar "no início de 2002".
Em novembro de 2001, uma matéria em O Popular apresentou o projeto, com ilustração, trazendo os três edifícios mais o monumento aos Direitos Humanos que compunham o projeto, bem como as alterações nas áreas construídas, em função do terreno maior, passando de 28.000 m2 ( e não os 290.000 do sítio da Agepel) para 40.000 m2. A mudança teria ocorrido em função de questionamentos pelos técnicos da prefeitura, devido ao "provável aumento no trânsito". O início das obras era anunciado para março de 2002, com duração prevista de um ano.
A obra não saiu em 2002, ano de eleições. Contudo, em entrevista ao Jornal Opção, edição de 01 a 07 de junho de 2003, o presidente da Agepel previa o início das obras para o segundo semestre. Para isso, estavam " terminando os projetos estruturais e consolidando um acordo com o Grupo Flamboyant " que iria " bancar a construção da obra" [sic]. O destaque era a biblioteca, para 300 mil volumes, que sugeria dever ficar subordinada à Secretaria da Educação, que seria " a única estrutura dentro do estado que tem condições de manter uma biblioteca".
Em novembro do mesmo ano, o sítio de notícias do governo estadual, Goiás Agora, noticiava que o presidente da Agepel se encontraria com a equipe de Niemeyer no Rio de Janeiro, para tratar dos últimos projetos. Após sua entrega, a Agetop faria a licitação da obra, o que deveria ocorrer em dezembro, com o seu início em janeiro de 2004 e previsão de conclusão para outubro de 2005 - aumentando o período previsto para um ano e dez meses. O lançamento da obra teria acontecido no dia 23 de outubro e agora seria novamente bancada com recursos do tesouro estadual, que reservaria um milhão por mês para isso.
Em 20 de dezembro de 2004 o Goiás Agora informava a entrega dos projetos à Agetop, pelo presidente da Agepel, que previa sua licitação imediata e o início das obras para o início de 2005, com custo de 25 milhões de reais e duração de dois anos.
A obra foi iniciada no dia 07 de março de 2005, mas sua duração era prevista para a metade do tempo anterior - seu término deveria ser em 30 de março de 2006.
À medida que a obra andava, o Goiás Agora registrava o aumento no custo: em 23 de março, já eram 37 milhões (numa matéria sobre a visita às obras do Diretor Técnico de Engenharia do TCE); em 17 de outubro, 41,8 milhões; em 27 de março de 2006, três dias antes da inauguração, 60 milhões. Em outubro, havia 300 pessoas trabalhando e 40 % do cronograma havia sido cumprido. Em janeiro, eram 450 e 78% do cronograma estaria cumprido.
É de perguntar-se: se desde 2001 a área estava definida e os projetos só foram concluídos em dezembro de 2004, houve três anos inteiros para que fossem pensados e repensados. Como se explica esse aumento brutal do custo?
Fiz essa pergunta à Agepel.
[A resposta e uma análise mais completa estão no post citado no início do texto ].
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