O Setor Marista, usado como exemplo das conseqüências do novo Plano Diretor para a cidade, é emblemático, pois foi palco de um episódio aparentemente único na história de Goiânia.
Num país, num estado e numa cidade onde a passividade da população é notória, quinze anos atrás os moradores do bairro romperam com essa lógica. Em 1994, se organizaram para evitar a construção de uma torre, na Avenida Ricardo Paranhos, que incluía estacionamento, lojas e salas. Fizeram manifestações públicas, criaram uma associação, contrataram um advogado e entraram com uma Ação Popular para impedir que a Construtora Borges Landeiro continuasse a obra.
Reportagem de O Popular , de 10.10.94 traz um histórico da questão, que envolveu a Câmara Municipal e a prefeitura (leia ao final) :
- em março daquele ano, os moradores souberam da obra, através de impressos. Buscaram a prefeitura e o então Instituto de Planejamento Muncipal (IPLAM) deu parecer técnico contrário ao empreendimento. Cópia foi remetida ao então prefeito, Darci Accorsi.
- em agosto, a Câmara Municipal teria aprovado e o prefeito sancionado uma lei cuja única finalidade era permitir a obra.
- os moradores fizeram representação ao Ministério Público, que instaurou inquérito para averiguar os possíveis " danos ao plano urbanístico da cidade e à qualidade de vida da população".
A história teve muitos desdobramentos, mas ao final, os moradores venceram e no local onde seria erguida a torre, existe hoje um um condomínio de casas geminadas.
Vitória que o novo Plano Diretor, com a desregulamentação que o orienta, anulou.
Episódio que, mantido o veto a Audiências Públicas nos Estudos de Impacto de Vizinhança, provavelmente jamais se repetirá.
(clique sobre a imagem para ampliá-la)
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