Nos comentários feitos no artigo anterior, foi cobrado maior posicionamento político dos jornalista e do seu sindicato. Por que não cobrá-lo também dos professores da UFG e dos membros do Ministério Público, que estão em situação profissional muito mais favorável que os jornalistas (entre outras categorias...). A questão é complexa e o problema é de estrutural, histórico.
Aproveitando o contexto, indico três artigos excelentes, escritos logo após o STF acabar com a exigência do diploma para o exercício do jornalismo.
O primeiro, de Lúcio Flávio Pinto, O Fim do AI-5 dos jornalistas historia a evolução que vinham tendo concomitantemente a democracia e a imprensa brasileira até o corte advindo na Sexta-feira Negra. Mostra como chegamos no jornalismo que temos hoje. Lúcio, sobre quem já escrevi antes aqui, dispensa comentários quanto à sua independência.
O segundo, de Jânio de Freitas, A Liberdade das Más Razões, foca nas vicissitudes da profissão e no real significado da expressão "liberdade de expressão". Mostra bem os limites dos jornalistas nos veículos em que trabalham, muito distante da liberdade que se pode imaginar em muitas cobranças (grifei):
É um argumento rústico a afirmação de que diploma obrigatório de jornalismo desrespeita a Constituição, por restringir o direito à liberdade de expressão. É falsa essa ideia de que o jornalismo profissional seja o repositório da liberdade opinativa. São inúmeros os meios de expressão de ideias e opiniões. E, não menos significativo, a muito poucos, nos milhares de jornalistas, é dada a oportunidade de expressar sua opinião, e a pouquíssimos a liberdade incondicional de escolha e tratamento dos seus temas. (A esta peculiaridade sua, a Folha deve a arrancada de jornal sobrevivente para o grande êxito).
Finalmente, de Maurício Stycer, ex-redator-chefe da Carta Capital, professor da Cásper Líbero, renomada escola de jornalismo ( a primeira do país, segundo o artigo do Lúcio), Contra a Obrigatoriedade do Diploma, a Favor da Regulamentação, uma abordagem bem prática da questão, sem deixar de mencionar a causa à qual atribui a imprensa de má qualidade:
6. Discordo do meu amigo Leandro Fortes, para quem o diploma de jornalismo defende “milhões de brasileiros informados por esquemas regionais de imprensa, aí incluídos jornais, rádios, emissoras de TV e sites de muitas das capitais brasileiras, cujo único controle de qualidade nas redações era exercido pela necessidade do diploma e a vigilância nem sempre eficiente, mas necessária, dos sindicatos sobre o cumprimento desse requisito”. Na minha opinião, não é o diploma que defende o público dos manipuladores de notícias, mas a concorrência. Sem concorrência, como é o caso em grande parte do país, a imprensa de má qualidade prospera – e continuará a prosperar – com ou sem diploma para jornalista.
Aproveitando o contexto, indico três artigos excelentes, escritos logo após o STF acabar com a exigência do diploma para o exercício do jornalismo.
O primeiro, de Lúcio Flávio Pinto, O Fim do AI-5 dos jornalistas historia a evolução que vinham tendo concomitantemente a democracia e a imprensa brasileira até o corte advindo na Sexta-feira Negra. Mostra como chegamos no jornalismo que temos hoje. Lúcio, sobre quem já escrevi antes aqui, dispensa comentários quanto à sua independência.
O segundo, de Jânio de Freitas, A Liberdade das Más Razões, foca nas vicissitudes da profissão e no real significado da expressão "liberdade de expressão". Mostra bem os limites dos jornalistas nos veículos em que trabalham, muito distante da liberdade que se pode imaginar em muitas cobranças (grifei):
É um argumento rústico a afirmação de que diploma obrigatório de jornalismo desrespeita a Constituição, por restringir o direito à liberdade de expressão. É falsa essa ideia de que o jornalismo profissional seja o repositório da liberdade opinativa. São inúmeros os meios de expressão de ideias e opiniões. E, não menos significativo, a muito poucos, nos milhares de jornalistas, é dada a oportunidade de expressar sua opinião, e a pouquíssimos a liberdade incondicional de escolha e tratamento dos seus temas. (A esta peculiaridade sua, a Folha deve a arrancada de jornal sobrevivente para o grande êxito).
Finalmente, de Maurício Stycer, ex-redator-chefe da Carta Capital, professor da Cásper Líbero, renomada escola de jornalismo ( a primeira do país, segundo o artigo do Lúcio), Contra a Obrigatoriedade do Diploma, a Favor da Regulamentação, uma abordagem bem prática da questão, sem deixar de mencionar a causa à qual atribui a imprensa de má qualidade:
6. Discordo do meu amigo Leandro Fortes, para quem o diploma de jornalismo defende “milhões de brasileiros informados por esquemas regionais de imprensa, aí incluídos jornais, rádios, emissoras de TV e sites de muitas das capitais brasileiras, cujo único controle de qualidade nas redações era exercido pela necessidade do diploma e a vigilância nem sempre eficiente, mas necessária, dos sindicatos sobre o cumprimento desse requisito”. Na minha opinião, não é o diploma que defende o público dos manipuladores de notícias, mas a concorrência. Sem concorrência, como é o caso em grande parte do país, a imprensa de má qualidade prospera – e continuará a prosperar – com ou sem diploma para jornalista.
Oi, Marcus.
ResponderExcluirObrigada pela visita e comentário no blog.
Encaminho o artigo para o endereço de email citado ao lado.
Grande abraço!
Deire.
@Deire Assis: Sou em quem agradece, pelo artigo e pela visita. Publicarei agora mesmo.
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