22 junho, 2009

O desabafo de um produtor - Marcelo Carneiro sobre o Niemeyer

No Sábado, dia 20, O Popular publicou artigo do produtor cultural Marcelo Carneiro. Marcelo está no ramo há mais de uma década, período em que adquiriu o respeito dos inúmeros artistas com quem trabalhou pela sua seriedade e honestidade. Profissional de ação, da lida, se preferirem, ex-instrutor do SEBRAE, não é dado a manifestar opiniões políticas. Que eu saiba, esta é a primeira vez que o faz.

O artigo - Bonito, mas não funciona - trata do Centro Cultural Oscar Niemeyer. Apresenta várias alternativas de ações que poderiam ter sido desenvolvidas com o dinheiro gasto - e não investido- na obra, como ele destaca. Indiretamente, trata da falta de consulta e discussão com o meio artístico ( ou quem quer que seja) na definição de uma obra deste porte, em contraste com os minguados recursos gastos com a área.

Uma das referências no artigo é o segmento do teatro. Há três anos, mostrei que os custos da obra equivaliam ao que se gastaria com o setor em 70 anos. A proporção obtida por Marcelo ( ele considerou somente o festival Tenpo), é ainda maior, 218 vezes, pois atualmente gasta-se com o festival menos da metade do que se gastava à época (caiu de R$ 700 mil para R$ 300 mil - e diga-se, o festival ficou melhor).

Ao final, ele abre reticências para a próxima obra do gênero, a Vila Cultural.

Não perguntei a Marcelo, mas o tom de desabafo de seu artigo com certeza foi inspirado pelas discussões no Fórum Goiano de Cultura, ou no Grupo de Trabalho (GT) eleito para estudar alterações na política de financiamento da cultura do estado, para o qual ambos fomos eleitos, juntamente com Sandro di Lima (ex-Secretário Municipal de Cultura, gestão Pedro Wilson), Leopoldo Veiga Jardim ( ex-Chefe de Gabinete da Secult, ex-Secretário Municipal de Cultura interino) e Fabrício Nobre, (da Monstro Discos e presidente da ABRAFIN). Completa o grupo o representante do Conselho Estadual de Cultura, Wolney Unes.

É impossível não se sentir indignado com o descontrole administrativo que imperava na Lei Goyazes. Especialmente para quem, como nós, convivia diariamente com as dificuldades enfrentadas por tantos artistas para darem continuidade a seus trabalhos.

Por ora, quem quiser saber mais detalhes pode consultar os documentos que disponibilizei: as atas da primeira, segunda e terceira reuniões do GT e a relação com todos os projetos patrocinados pela lei.

Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto.
    temos que nos indignar mesmo
    abraço
    Leopoldo Veiga Jardim

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