Danos locais
Ainda não há estimativa do valor dos danos causados pelo rompimento da barragem da Usina de Espora: o relatório final da Defesa Civil, anunciado para a semana passada ainda não foi divulgado e a Agência Ambiental pediu que o prazo para apresentar o laudo de danos ambientais fosse prorrogado por 30 dias, o que irá até meados de março.
Quanto à comissão que deverá determinar a causa do acidente, o CREA ainda não concluiu sua formação. Processo delicado, tendo em vista as repercussões que o laudo pericial trará, na definição de responsabilidades para indenizações e seguros, principalmente.
Se à primeira vista a região afetada está próxima à barragem, as possíveis repercussões podem chegar muito mais longe.
Do Rio Corrente ao Rio Tibagi
O laudo pericial do acidente de Espora, caso conclua por imperícia na construção, pode afetar um empreendimento 14,4 vezes maior, situado a quase 1.000 km de distância: a usina de Mauá, com potência de 432 MW.
Projetada para ser construída no Rio Tibagi, entre os Municípios de Telêmaco Borba e Urtigueira, Mauá é a maior obra anunciada no Paraná, outorgada ao Consórcio Cruzeiro do Sul, integrado pelas estatais de energia COPEL, do Paraná, e Eletrosul.
A empresa contratada para as obras civis é a J. Malucelli. Segundo notícia reproduzida no site da construtora (clique aqui para ler) , em 07.05.07 foi assinado contrato num valor de R$ 750 milhões, envolvendo outras duas empresas e compreendendo ainda projeto e equipamentos. O custo total , somados projetos sócio-econômicos e ambientais, seria de R$ 950 milhões.
Antes disso, contudo, houve muita polêmica. Em novembro de 2006, o então deputado eleito e secretário-geral do PMDB do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli, fez representações administrativas pedindo a anulação dos pré-contratos, que teriam sido feitos sem licitação. Sua alegação era " incompetência da J. Malucelli nesse tipo de obra".
Segundo o deputado, a legislação exigiria dos construtores experiência em obra equivalente, e a J. Malucelli teria apresentado em seu acervo técnico apenas a construção de Espora, que equivaleria a menos de 10% de Mauá (clique aqui para ler).
No fim de novembro, em nota oficial do PMDB do Paraná (clique aqui para ler) o deputado reclamava estar sendo vítima de campanha promovida pelas rádios do grupo J. Malucelli, a CBN e a Bandnews, em função da denúncia.
No fim de dezembro, uma colunista registrou que na verdade tratava-se de uma briga de poder, cujo objetivo seria derrubar o presidente da estatal COPEL e realizar licitação para substituir a J. Malucelli pela Andrade Gutierrez (clique aqui para ler).
Não encontrei notícias posteriores sobre o caso. Romanelli hoje é o líder do governo na Assembléia Legislativa do Paraná e o presidente da COPEL é o mesmo.
Complemento:
O consórcio empreendedor da usina pretendia iniciar as obras de Mauá em 01/11/07, caso tivesse decisão favorável em recurso apresentado à Justiça Federal de Londrina, contra decisão do início de outubro, que suspendeu as obras.
No entanto, o juiz Alexei Alves Ribeiro manteve seu posicionamento, suspendendo as obras até que seja feito amplo estudo sócio-ambiental dos impactos da usina na bacia do Tibagi (clique aqui para ler).
Crédito:
Soube originalmente da ligação entre as obras das duas usinas pelo site da CPT (clique aqui para ler).
Ainda não há estimativa do valor dos danos causados pelo rompimento da barragem da Usina de Espora: o relatório final da Defesa Civil, anunciado para a semana passada ainda não foi divulgado e a Agência Ambiental pediu que o prazo para apresentar o laudo de danos ambientais fosse prorrogado por 30 dias, o que irá até meados de março.
Quanto à comissão que deverá determinar a causa do acidente, o CREA ainda não concluiu sua formação. Processo delicado, tendo em vista as repercussões que o laudo pericial trará, na definição de responsabilidades para indenizações e seguros, principalmente.
Se à primeira vista a região afetada está próxima à barragem, as possíveis repercussões podem chegar muito mais longe.
Do Rio Corrente ao Rio Tibagi
O laudo pericial do acidente de Espora, caso conclua por imperícia na construção, pode afetar um empreendimento 14,4 vezes maior, situado a quase 1.000 km de distância: a usina de Mauá, com potência de 432 MW.
Projetada para ser construída no Rio Tibagi, entre os Municípios de Telêmaco Borba e Urtigueira, Mauá é a maior obra anunciada no Paraná, outorgada ao Consórcio Cruzeiro do Sul, integrado pelas estatais de energia COPEL, do Paraná, e Eletrosul.
A empresa contratada para as obras civis é a J. Malucelli. Segundo notícia reproduzida no site da construtora (clique aqui para ler) , em 07.05.07 foi assinado contrato num valor de R$ 750 milhões, envolvendo outras duas empresas e compreendendo ainda projeto e equipamentos. O custo total , somados projetos sócio-econômicos e ambientais, seria de R$ 950 milhões.
Antes disso, contudo, houve muita polêmica. Em novembro de 2006, o então deputado eleito e secretário-geral do PMDB do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli, fez representações administrativas pedindo a anulação dos pré-contratos, que teriam sido feitos sem licitação. Sua alegação era " incompetência da J. Malucelli nesse tipo de obra".
Segundo o deputado, a legislação exigiria dos construtores experiência em obra equivalente, e a J. Malucelli teria apresentado em seu acervo técnico apenas a construção de Espora, que equivaleria a menos de 10% de Mauá (clique aqui para ler).
No fim de novembro, em nota oficial do PMDB do Paraná (clique aqui para ler) o deputado reclamava estar sendo vítima de campanha promovida pelas rádios do grupo J. Malucelli, a CBN e a Bandnews, em função da denúncia.
No fim de dezembro, uma colunista registrou que na verdade tratava-se de uma briga de poder, cujo objetivo seria derrubar o presidente da estatal COPEL e realizar licitação para substituir a J. Malucelli pela Andrade Gutierrez (clique aqui para ler).
Não encontrei notícias posteriores sobre o caso. Romanelli hoje é o líder do governo na Assembléia Legislativa do Paraná e o presidente da COPEL é o mesmo.
Complemento:
O consórcio empreendedor da usina pretendia iniciar as obras de Mauá em 01/11/07, caso tivesse decisão favorável em recurso apresentado à Justiça Federal de Londrina, contra decisão do início de outubro, que suspendeu as obras.
No entanto, o juiz Alexei Alves Ribeiro manteve seu posicionamento, suspendendo as obras até que seja feito amplo estudo sócio-ambiental dos impactos da usina na bacia do Tibagi (clique aqui para ler).
Crédito:
Soube originalmente da ligação entre as obras das duas usinas pelo site da CPT (clique aqui para ler).
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