15 outubro, 2008

Serpes/O Popular - Divulgação foi ilegal? -2- Pesquisa foi "substituída"

Acabado o tumulto nos serviços causado pelos procedimentos referentes à votação do dia 5 de outubro, apareceu a explicação para a alteração no objetivo e data da pesquisa realizada (leia o texto anterior).

Na sexta-feira, dia 3, véspera da realização da pesquisa , às 15:46, a empresa protocolou na Justiça Eleitoral "pedido de substituição" do questionário que enviara em 29 de setembro e do período de realização da pesquisa, enfatizando que todos os itens continuavam iguais. nesta mesma data era concluída a pesquisa do IBOPE, cujo resultado seria divulgado junto ao desta, no Jornal Anhangüera 2a edição do dia seguinte.

O expediente constituiu uma inovação, não prevista na legislação eleitoral. Os últimos registros de pesquisas tinham sido nos dias 29 e 30, para que fosse cumprido o prazo de cinco dias necessário para sua divulgação nos dias 4 e 5, respectivamente.

Talvez por ser um procedimento fora da rotina não tenha sido informado o número de protocolo da pesquisa que pretendia alterar. Com isso, o cartório a abriu outra numeração, o que deve ter contribuído, junto ao tumulto, para sua juntada ao processo só ter ocorrido posteriormente à do próprio resultado da pesquisa.

(clique sobre a imagem para ampliá-la)



Pedido de substituição - nova pesquisa, nova data



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Um dado curioso é que nas rodadas anteriores do SERPES, para a realização de pesquisa idêntica, as entrevistas foram feitas ao longo de três ou quatro dias, com divulgação do resultado outros três dias depois, em O Popular.

Nesta etapa, contudo, o mesmo pessoal ( duas equipes constituídas de supervisor e quatro entrevistadores) informado no registro da rodada anterior conseguiu, num único dia, realizar as entrevistas e disponibilizar seu resultado antes das 19h. ( horário em que vai ao ar o notíciário).

Este não seria o único caso de possível irregularidade em registro de pesquisa nessas eleições, conforme a nota abaixo, do portal do MPE-GO:


28/08/2008 - Coligação em Fazenda Nova e candidato são condenados a pagar multa de mais de R$ 53 mil por divulgação de pesquisa eleitoral irregular

A Justiça Eleitoral acolheu manifestação do promotor eleitoral Eliseu Antônio da Silva Belo e condenou a coligação Na Construção do Novo, no município de Fazenda Nova, e o candidato Marcus Vinicius Azeredo Costa ao pagamento de multa de mais de R$ 53 mil cada, por divulgar pesquisa eleitoral irregular em jornal de Iporá. A irregularidade foi constatada pela ausência de registro da pequisa na Justiça Eleitoral antes da sua divulgação, fato que não foi observado nem pelo candidato muito menos pela coligação. (Wilson Fernandes / estagiário da Assessoria de Comunicação Social)

Do mesmo portal, reprodução de matéria do DM sobre rodada anterior, em que houve divergência entre os resultados do SERPES e IBOPE:


23/09/2008 - Política e Justiça - Sandes e Martiniano questionam Serpes

Marina Dutra

da EDITORIA DE CIDADES

Os números da sétima rodada da pesquisa Serpes divulgada ontem pelo jornal O Popular não foram bem recebidos pelos candidatos à Prefeitura de Goiânia Sandes Júnior (PP) e Martiniano Cavalcante (PSol). Os dois acreditam que o resultado apresentado pelo instituto não retrata a realidade. Sandes alega que em pesquisa interna aparece em condições de chegar ao segundo turno. Já Martiniano questiona resultados da pesquisa Serpes com a Ibope, divulgada no final de semana. Na Serpes, a vantagem do peemedebista para o pepista está em 61,5 pontos percentuais, enquanto que o deputado caiu de 13,2%, na Ibope, para 9,7%. Mesmo alvo de denúncias, o favoritismo continua com Iris.

Para Sandes, o resultado está “equivocado”, e pretende apresentar semana que vem quadro distinto das últimas pesquisas realizadas por outras instituições: “Confio na minha pesquisa. Vamos para o segundo turno e venceremos as eleições.”

Ontem à tarde, os quatro prefeitáveis de Goiânia assinaram termo de compromisso no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o “Votar pra Valer!”, em que se comprometeram a executar políticas públicas para a cidade. Na ocasião, Sandes reafirmou que sua campanha, que parte para o denuncismo, não foi criada por ele. Exemplo da tática é o vídeo no programa eleitoral do pepista, em que critica Iris por ter supostamente beneficiado lote da irmã em decreto sobre construção de prédios, no Setor Bueno. “Não fiz nenhuma denúncia. O que retratamos foi algo que aconteceu e que na época foi amplamente divulgado pela imprensa.” Ele diz que o assunto foi matéria do MP contra o prefeito por improbidade administrativa. Quanto às ofensas e acusações de João Atento direcionadas ao prefeito nas inserções de TV, Sandes diz que questões estratégicas da campanha devem ser tratadas com o publicitário João Maurício Roriz.

Na reta final das eleições, Sandes afirma que continuará a fazer caminhadas em regiões estratégicas da Capital. Questionado se os principais aliados irão intensificar apoio a sua campanha, o prefeitável demonstra satisfação com a participação de Lúcia Vânia (PSDB), Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB). Para ele, o que dá resultado são as gravações de pílulas para a televisão com as lideranças.

Iris: não sigo só pesquisas

Da Redação

O prefeito Iris Rezende afirmou ontem que a pesquisa Serpes retrata uma realidade. “Mas não me conduzo somente por resultados de levantamentos.” Na amostragem estimulada Iris aparece com 71,2% e Sandes com 9,7%. Em rodada publicada em 15 de setembro, a vantagem do prefeito para Sandes era de 54,3 pontos porcentuais. Os candidatos do PSol, Martiniano Calvacante, e do PPS, Gilvane Felipe, registraram a mesma intenção de voto: 1,9%. Martiniano diz que os resultados não têm representado quadro vantajoso para ele e para Goiânia. “A atual gestão deixou lacunas na saúde, transporte, educação.” Mas afirma que possui motivação para caminhar ao segundo turno com vitória.


O candidato do PPS, Gilvane Felipe, considera o resultado significativo e adianta que será comemorado. Ele comenta que a pesquisa é um indicativo de que as pessoas estão abraçando a causa da campanha.

Fonte: Diário da Manhã - 23/09/2008

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