24 abril, 2008

Operação Navalha - Entrevista Coletiva

(veja ao final a repercussão na imprensa de Goiás em 25.04)

do Goiás Agora

Executivo - 24/04/2008 - 13:15:22


Governador Alcides Rodrigues concede coletiva hoje

O governador Alcides Rodrigues concede hoje, às 15 horas, uma entrevista coletiva. Ele irá falar sobre a matéria publicada hoje no jornal Folha de São Paulo. A reportagem diz que o governador será alvo das investigações relacionadas à Operação Navalha. A coletiva será no Hangar do Estado, de onde o governador segue para Porangatu.



da Folha de São Paulo

Governador de Goiás é alvo da PF na Operação Navalha

24/4/2008
ANDRÉA MICHAEL
Folha de S. Paulo

Grampos mostram diálogos entre Alcides Rodrigues e Sérgio Sá, lobista da Gautama

Os governadores Teotônio Vilela (AL) e Jackson Lago (MA) e o ex-ministro Silas Rondeau estarão entre os denunciados por esquema

O próximo alvo das investigações relacionadas à Operação Navalha é o governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PP).
Conhecido como Cidinho, conforme diálogos gravados pela Polícia Federal aos quais a Folha teve acesso com exclusividade, ele trocou ligações, jantou e cumpriu agenda na Esplanada dos Ministérios, com o lobista Sérgio Sá, representante da Engevix e dos negócios do empreiteiro Zuleido Veras, acusado de montar um esquema de fraude a licitações em benefício da empresa Gautama.

(clique aqui para ler a íntegra)

do Goiás Agora

Executivo - 24/04/2008 - 17:00:04

Governador comenta reportagem da Folha de São Paulo

O governador Alcides Rodrigues disse que está indignado com a matéria publicada na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo. A reportagem informa que o governador é o próximo alvo das investigações relacionadas à Operação Navalha. Segundo a matéria, ele trocou telefonemas, jantou e cumpriu agenda na Esplanada dos Ministérios com o lobista Sérgio Sá, representante da Engevix e dos negócios do empreiteiro Zuleido Veras, acusado de montar um esquema de fraude na licitação em benefício da empresa Gautama, segundo a Polícia Federal.

Alcides Rodrigues confirmou que esteve com o lobista Sérgio Sá, representante da Engevix, mas o assunto era política. “Antes de ser governador, estive com ele também em Goiás, já que ele representa uma empresa que ganhou licitação”, afirmou. “Ele se propôs a marcar uma audiência no Ministério das Minas e Energia, já que a Celg tinha dívidas enormes, inclusive com a Eletrobrás”, explicou ao falar da dívida de mais de R$ 4 bilhões que a empresa tinha. Só com a Eletrobrás, era em torno de R$ 1,1 bilhão.

Segundo Alcides, nestes encontros, o lobista Sérgio se apresentava como amigo do ministro de Minas e Energia. “Ele disse que poderia marcar uma audiência para mim com o ministro e eu aceitei”, explicou. “Qual governador, que tendo uma dívida em uma empresa importante, como a Celg, e com possibilidade de resolver isto de forma limpa e transparente, não procura esta oportunidade?”, completou. O governador afirmou ainda que Sérgio Sá não teve nenhum benefício em Goiás por fazer esta intermediação.

“Fomos ao Ministério para fazer uma renegociação da dívida da Celg com a Eletrobrás”, reiterou ao dizer que foi acompanhado de três secretários de Estado e do Conselho de Administração da Celg. “Ainda fomos à Aneel e, graças a ações inéditas do governo, a Celg melhorou o seu perfil conforme o balanço que já foi apresentado pelo presidente”. Alcides Rodrigues afirmou que o encontro com o ministro foi para defender os interesses do Estado e da Celg que estava em dificuldades. “O governo de Goiás e o governador nada têm a esconder da sociedade”, disse Alcides Rodrigues. “O que o governador fez e faz é defender o Estado junto a qualquer órgão governamental”.

Ao ser questionado sobre uma possível motivação política por trás da reportagem, o governador disse que não quer fazer ilações. “A verdade é que estamos fazendo uma reforma administrativa profunda e estamos mexendo com muitos interesses no Estado, em uma caixa de marimbondos, e interesses contrariados podem estar por trás disso”. Alcides Rodrigues disse que já ligou para a Superintendência da Polícia Federal em Goiás e se colocou à disposição para dar mais informações.



atualizado às 18:35 para inclusão do comentário do governador


Repercussão

25.04.08

Diário da Manhã

1. Política e Justiça


Entrevista o Promotor Fernando Krebs - Trechos abaixo

MPE recebe 200 horas de conversas gravadas

Barbara Arato
Da Editoria de Política & Justiça

Fernando Leite

Mais surpresas - Fernando Krebs diz que há mais nomes do alto escalão do governo que não vieram à tona

Mais surpresas - Fernando Krebs diz que há mais nomes do alto escalão do governo que não vieram à tona

O Ministério Público Estadual (MPE-GO) confirmou a chegada da documentação referente às investigações da Operação Navalha, da Polícia Federal (PF), que envolve o governador Alcides Rodrigues (PP). No material há cerca de 200 horas de conversas gravadas. O jornal Folha de S. Paulo divulgou ontem que Alcides teve encontros e manteve conversas telefônicas com um lobista ligado à Construtora Gautama, que é suspeita de fraudar licitações. O MP-GO afirmou que, até o momento, só tem as informações divulgadas pelo jornal paulista. A assessoria afirmou que a documentação é “muito extensa” e ainda não sabe informar o que é “pertinente” e será usado nas investigações.

O MP informou também que uma “equipe de inteligência” foi designada para analisar o material, mas não quis falar sobre a composição do grupo de trabalho (número de envolvidos, se apenas promotores ou técnicos vão participar etc). Segundo o órgão, não há prazo para entrega dos resultados da investigação.
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Surpresa
O promotor de Justiça Fernando Krebs afirmou estar “surpreso” com a presença de três nomes na Operação Navalha, da Polícia Federal: do diretor financeiro da Celg, Nerivaldo Costa, do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e de Alcides. “Nós até sabíamos do André Rocha (presidente da Celg) e mais um nome importante, que não veio a público, mas não do Marconi e do governador”, disse.

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Antecedente
Segundo Krebs, o MP-GO já havia aberto um inquérito civil no ano passado para investigar “prejuízos” no processo licitatório do Projeto de Irrigação em Três Barras, vencido pela Construtora Gautama.

Segundo o promotor, o procedimento já está em fase final. “Não dá para adiantar mais nada por enquanto”, diz.


clique aqui para ler a íntegra

2. Coluna Fio Direto

Comenta a entrevista coletiva do Governador, ontem à tarde, e dá algumas outras informações.Trechos:

Navalha na carne
Alcides Rodrigues passou a manhã de ontem reunido com o secretário da Fazenda, Jorcelino Braga. Em pauta, os braços da Gautama em Goiás.


Buda poderoso
De Alcides, sobre Sérgio Sá, da Gautama, cujo nome é associado a Buda: “Ele dizia que conhecia todo mundo em Brasília, da presidência ao gari.”

Fio da suspeita
Quem tem interesse em envolver o governo de Goiás com a Gautama? Alcides não confirma, mas levanta suspeita sobre pessoas insatisfeitas com a reforma administrativa.

Nem um pio
Na Assembléia Legislativa, nenhum deputado quis falar sobre a Operação Navalha – nem mesmo da oposição.

(clique aqui para ler a íntegra)


O Popular (acesso restrito a assinantes):

A reportagem tem 4 matérias mais um quadro explicativo. Trechos das matérias:

INVESTIGAÇÃO

Alcides nega ter beneficiado lobista

Em entrevista coletiva ontem, governador disse que divulgação de dados sobre Operação Navalha pode ter interesse político

Fabiana Pulcineli



Alcides confirmou que foi ao jantar em Brasília com a presença de [ o lobista] Sérgio, mas disse que o assunto foi político. “Fui convidado pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO) para conversarmos a respeito da disputa do DEM aqui em Goiás, já que o diretório (nacional) do partido deu a ela a atribuição de resolver essa pendência e eu me coloquei à disposição, já que sou amigo dos dois lados. Conversamos, de público, em um restaurante na frente de todo mundo”, explicou. O presidente estadual do DEM, deputado federal Ronaldo Caiado participou da conversa (leia mais na página 9). Alcides não soube explicar o porquê da presença do lobista.


Sérgio Sá tinha trânsito livre na Celg

Fabiana Pulcineli

Representante da empresa Engevix, que faz parte de um grupo que mantinha contrato com a Celg no programa Luz Para Todos desde 2006, o lobista Sérgio Sá circulava pelos corredores da estatal goiana com desenvoltura. Auxiliares da Celg ouvidos pelo POPULAR afirmam que ele freqüentava muito a empresa, onde sempre ressaltava seus contatos no governo federal. “Ele falava com todo mundo. Passava pelas salas perguntando de novidades e tal”, disse um funcionário do alto escalão da empresa.

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O presidente da Celg, Enio Branco, confirmou ontem ao POPULAR que o aditivo foi aprovado, mas ressaltou que a operação foi legal. Embora não estivesse ainda no comando da empresa, Enio disse ter se informado sobre o aditivo. Ele explicou que a licitação do Luz Para Todos foi feita em setembro de 2005 e o resultado saiu em fevereiro de 2006. Segundo Enio, o aditivo foi aprovado em abril do ano passado.

O governador Alcides Rodrigues (PP) disse ontem que o contrato com a Celg foi cancelado, mas defendeu a operação: “A Celg tem um corpo jurídico competente e ela certamente olhou a legalidade para fazer o aditivo que foi anunciado”. Enio disse que a lei permite aditivo de até 25% do valor mesmo antes dos 12 meses.

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Caiado pedirá ao Ministério da Justiça divulgação de grampos

O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) prometeu encaminhar hoje ao Ministério da Justiça um requerimento para que sejam divulgadas todas as gravações do lobista Sérgio Sá. Caiado diz sentir-se constrangido com explicações que teve de dar por participar de jantar com o governador Alcides Rodrigues e com o lobista, em fevereiro de 2007. “Não podem pairar dúvidas sobre minha honra.”

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A assessoria do senador Marconi Perillo, também citado na reportagem, enviou curta resposta do tucano: “Não conheço, nunca vi nem tive qualquer relação com este sr. Sérgio Sá. Ele usou meu nome indevidamente, numa atitude criminosa, e por isso tomarei as medidas processuais adequadas ao caso.” (F.P.)


INVESTIGAÇÃO

MP analisa cerca de 200 horas de gravações enviadas pela PF

Grampos da polícia revelam conversas do empreiteiro Zuleido Veras e do lobista Sérgio Sá

Bruno Rocha Lima

O Ministério Público Estadual está analisando quase 200 horas de gravações dos grampos telefônicos da Polícia Federal (PF) que revelam contatos de membros do governo de Goiás com o lobista Sérgio Sá e o empreiteiro Zuleido Veras, da Gautama. Os dois são apontados como pivôs do esquema de fraude de licitações de obras públicas desmontado pela Operação Navalha da PF.

...

Nas conversas interceptadas pela PF, Zuleido Veras se refere a Alcides e ao senador Marconi Perillo (PSDB) como “nosso governador” e “nosso senador”. Em um dos trechos da gravação, do dia 14 de março de 2007, ao ser informado por Sérgio que este iria se encontrar com Alcides, Zuleido faz um pedido: “Diz para nosso governador que sou investidor no nosso Estado, conta que comprei uma fazenda em Niquelândia”.

...Segundo apurou O POPULAR, a PF do Distrito Federal teria encaminhado as gravações a pedido do próprio MP, que investigava operações da Gautama em Goiás. O pedido teria sido autorizado pela ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon.

Porém, o MP de Goiás nega a informação e conta que a PF enviou espontaneamente, em janeiro, as gravações, devido a indícios de envolvimento de autoridades goianas com o empreiteiro e o lobista. Promotores consultados pela reportagem disseram estranhar o fato, alegando que o mais usual seria as gravações serem remetidas ao Ministério Público Federal (MPF), que investiga as supostas fraudes em licitações envolvendo a Gautama.

...


atualizado em 25.04.08 com a repercussão na imprensa

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