Em entrevista ao Estado de São Paulo, edição de 31/10, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), analisou o resultado das eleições, vinculando-o ao fim de um ciclo iniciado na ditadura. A descrição se encaixa perfeitamente a Goiás e Goiânia :
Como o senhor viu as derrotas do PFL em estados importantes, como Bahia, Pernambuco...
Acho que estamos vendo o fim do ciclo biológico das oligarquias nascidas com o regime militar. Já tínhamos vivido o fim político, com a redemocratização. Agora estamos no fim biológico.
Como assim?
O regime militar era um poder centralizado, que distribuía benesses a seus amigos nos Estados, sempre que tinha interesse. Como não havia Estado de Direito, nem a necessidade de respeito à lei, valia o que o regime queria: atender amigos e aliados locais, sem dar satisfação. Foi assim que essas oligarquias surgiram e se consolidaram. Agora, estão exauridas. É o que se vê na Bahia, em Pernambuco, no Maranhão. Em Santa Catarina, os Borhausen(o senador Jorge Borhausen é presidente do PFL) foram esmagados. Acho até que talvez tenha acabado a dinastia Tasso Jereissati (PSDB) no Ceará, uma das primeiras depois do regime militar. Meu temor é que esteja nascendo uma nova, da família do Ciro Gomes (PSB).
O que está acontecendo?
As oligarquias não vão desaparecer totalmente. Mas terão que se formar pelo voto, como está fazendo Blairo Maggi em Mato Grosso. Seu processo de formação sempre será mais lento e controlado. Num regime democrático, as leis precisam ser cumpridas em todo seu ritual. Normas legais e normas burocráticas devem ser obedecidas. Assim, a distribuição de prêmios e favores demora mais. O ciclo se renova, mas não é o mesmo.
Como o senhor viu as derrotas do PFL em estados importantes, como Bahia, Pernambuco...
Acho que estamos vendo o fim do ciclo biológico das oligarquias nascidas com o regime militar. Já tínhamos vivido o fim político, com a redemocratização. Agora estamos no fim biológico.
Como assim?
O regime militar era um poder centralizado, que distribuía benesses a seus amigos nos Estados, sempre que tinha interesse. Como não havia Estado de Direito, nem a necessidade de respeito à lei, valia o que o regime queria: atender amigos e aliados locais, sem dar satisfação. Foi assim que essas oligarquias surgiram e se consolidaram. Agora, estão exauridas. É o que se vê na Bahia, em Pernambuco, no Maranhão. Em Santa Catarina, os Borhausen(o senador Jorge Borhausen é presidente do PFL) foram esmagados. Acho até que talvez tenha acabado a dinastia Tasso Jereissati (PSDB) no Ceará, uma das primeiras depois do regime militar. Meu temor é que esteja nascendo uma nova, da família do Ciro Gomes (PSB).
O que está acontecendo?
As oligarquias não vão desaparecer totalmente. Mas terão que se formar pelo voto, como está fazendo Blairo Maggi em Mato Grosso. Seu processo de formação sempre será mais lento e controlado. Num regime democrático, as leis precisam ser cumpridas em todo seu ritual. Normas legais e normas burocráticas devem ser obedecidas. Assim, a distribuição de prêmios e favores demora mais. O ciclo se renova, mas não é o mesmo.
( a entrevista completa está disponível para assinantes)
No dia 1º Lembo deu uma entrevista a Paulo Henrique Amorim, em que comparou o PSDB à UDN e declarou que abandonará a política após encerrar seu mandato como governador. Veja aqui.
No dia 1º Lembo deu uma entrevista a Paulo Henrique Amorim, em que comparou o PSDB à UDN e declarou que abandonará a política após encerrar seu mandato como governador. Veja aqui.
Atualização em 3.11 às 7:46 - Em nome da clareza, para que não haja mal-entendidos, e correndo o risco da redundância: a pertinência da declaração de Lembo está na descrição do ciclo biológico das oligarquias, no caso de Goiás, nascidas no pós-ditadura.
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