11 maio, 2010

Caso de Luziânia: e agora, sem Ademar, onde está o outro desaparecido?

Acaba de ser revelado que o primeiro rapaz desaparecido em Luziânia não está entre os seis corpos localizados no mês passado. O sexto corpo foi identificado como de Eric dos Santos, cujo desaparecimento só começou a ser investigado pela polícia em 20 de abril, um mês após seu sumiço.

Resultado de DNA supreende: primeiro desaparecido não está entre os corpos encontrados (leia aqui reportagem do Correio Braziliense desta tarde).

Ricardo Rangel, promotor de justiça de Luziânia, na segunda-feira, 19 de abril, criticando a atuação da Polícia Civil de Goiás, por ter permitido que o réu confesso Ademar de Jesus Silva se matasse (grifei):

– A morte dele traz um prejuízo irreparável para a investigação. Os exames de DNA devem ficar prontos nos próximos dias e, por hipótese, vamos considerar que algum dos corpos não seja de nenhum dos garotos desaparecidos. Se isso acontecer, quem vai esclarecer? A investigação sobre eventual participação de terceiros nos crimes também está prejudicada agora.

Três dias antes (dois antes da sua morte) , a Polícia Federal havia comunicado ao MP de Luziânia sua saída do caso, por discordar do excesso de exposição do pedreiro promovido pela Polícia Civil de Goiás, como revelou o Correio Braziliense em 30.04 (grifei):


PF deixa caso

A excessiva exposição de Ademar Jesus da Silva feita pela Polícia Civil de Goiás quando da prisão do pedreiro motivou a Polícia Federal a enviar uma carta ao Ministério Público de Luziânia comunicando o fim da parceria nas investigações sobre o caso. No documento de quatro laudas, a PF explicou que discordava das medidas adotadas pela equipe goiana desde o momento da prisão do acusado. A carta foi entregue ao MP em 16 de abril, dois dias antes do acusado ser encontrado morto em uma cela da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos, em Goiânia.

No comunicado, o delegado de combate ao crime organizado da PF, Hellen Wesley Almeida Soares, critica o fato de terem sido disponibilizadas imagens de operações policiais em programas de TV, de ter sido permitido que o acusado respondesse a questionamentos da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia antes de os delegados responsáveis pelo caso colherem depoimentos formais. A nomeação da delegada Renata Schein para conduzir os depoimentos também foi classificada como uma falha, uma vez que Renata não acompanhou os três meses de investigações sobre os desaparecimentos. Hellen Wesley relata que “diante das medidas”, a PF não poderia mais continuar no caso.

Além da Polícia Civil de Goiás, sobrou para o senador Demóstenes Torres, procurador de justiça do MP de Goiás, ex- Secretário de Segurança Pública, que não resistiu aos holofotes e atropelou a investigação, descambando de Brasília a Goiânia com a CPI da Pedofilia.

Em 12.04, entrevistas de Ademar : coletiva; coletiva em versão mais longa; exclusiva à TV RECORD, , exclusiva à TV SERRA DOURADA (SBT) junto a entrevista com o delegado geral da Polícia Civil, Aredes Correia.

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