28 novembro, 2009

Caixa de Pandora - Melhor cobertura é do Congresso em Foco -Atualizado

Manual Prático de Administração Pública e de Campanhas Eleitorais

O Congresso em Foco está dando um show na cobertura do escândalo de corrupção no Distrito Federal revelado a partir da operação da polícia federal.

Um dos artigos é sobre o "mensalinho" que seria pago aos deputados distritais, descrito pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, aos promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF), em 16 de setembro.

No artigo há um link para baixar dez páginas do depoimento - um relatório detalhado dos bastidores do financiamento das campanhas eleitorais e da compra de apoios para a escolha de candidatos e o controle do legislativo.

Como surgiu o "arrependido" brasiliense

Logo nas duas primeiras páginas, informações impressionantes que ainda não foram destacadas. Primeiro, o motivo alegado por Durval para transformar-se, ao que tudo indica, no Buscetta da política brasileira: apesar de ter tido um papel decisivo na candidatura e eleição de Arruda, depois de eleito ele o perseguia. O desgaste teria levado ao fim do seu casamento (em que teve uma filha de 4 anos e um filho de um ano e 7 meses) , "numa situação irremediável";

A perseguição se daria em várias frentes:

1) o Correio Braziliense, a cujo presidente, Álvaro Teixeira da Costa, Arruda teria "pedido a cabeça" de Durval. Para atender ao pedido, Teixeira da Costa teria acionado "os mecanismos do jornal para mover uma campanha difamatória contra o depoente";


2) o Tribunal de Contas do DF, ao qual Arruda teria determinado rigor na apuração da gestão de Durval, no governo anterior, na CODEPLAN ;

4) entrevistas de Arruda, "desmerecendo a área de informática do governo anterior", e atuação de auxiliares a quem teria orientado a fazer o mesmo;

4) Finalmente, e o mais surpreendente, membros do próprio Ministério Público, a quem Arruda teria pedido "empenho no sentido de prender o declarante para desmoralizá-lo".

Atualização em 29.11.09

Assim que publiquei o post voltei ao Congresso em Foco e eles tinham acabado de publicar artigo sobre a "campanha difamatória". Só não mencionaram a separação.

Hoje, na Folha, Janio de Freitas usa o mensalão de Arruda para sintetizar o Brasil da redemocratização, em especial após o fenômeno da "base aliada", criada por FHC e aperfeiçoada por Lula.

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