Esse é o título da carta publicada pelo Jornal Opção desta semana, reproduzida abaixo.
Seria realmente interessante conhecer-se melhor como se desenrolou a tentativa, na gestão municipal passada, de criação de um teatro no Cine Ouro, a que se refere a carta, para se conhecer melhor toda a história da coisa, como se chegou ao resultado atual.
Pessoalmente, participei de uma reunião aberta, convocada de véspera, na tenda localizada nos fundos da SECULT, onde estavam um representante da Funarte, Sr. Stanley, o arquiteto do Centro Técnico de Artes Cênicas, também da Funarte, Sr. Robson Jorge e o então secretário, Sandro di Lima.
Na reunião os presentes ficaram sabendo que discutia-se a transformação do Cine Ouro em teatro. Do que foi colocado, lembro-me de duas coisas:
1) Marcos Lotufo, que também estava na platéia, observou que é preciso levar-se em conta as despesas de manutenção, quando se cria equipamentos públicos, para que cumpram seus propósitos, e para se fazer uma avaliação correta de quão onerosos serão;
2) Robson Jorge colocou que na área dele, infra-estrutura, os custos são muito altos, se comparados aos de montagem de um espetáculo, por exemplo. Daí, a necessidade de planejar-se bem, esgotando todas as possibilidades na fase de projeto, antes de se partir para a execução.
Depois dessa reunião, nunca mais soube desse projeto.
Sobre o valor do aluguel mencionado na carta, ouvi do atual secretário, em reunião de que participei representando o Conselho Municipal de Cultura, que então integrava, no início de 2005, que o aluguel do CETE (Centro de Tecnologia do Espetáculo) era de R$ 7.000,00. Será que se optou à época, em abandonar o Cine Ouro pelo CETE?
Cartas - Prefeitura, Transporte e Cultura
Quero aqui falar sobre a cultura realizada pela Prefeitura Municipal de Goiânia, não sem antes dar uma passadinha por outro ponto desta administração, que de forma direta afeta minha vida e de outros milhares de contribuintes em Goiânia: o transporte público, que era ruim na administração passada, mas que piorou muito nesta administração, e que a cada propaganda falando das melhorias ou do aumento de coletivos em circulação corre um frio na espinha do usuário, que sabe que o sistema ruim e sobrecarregado vai piorar. Desafio qualquer dos ditos administradores, que, acredito piamente, jamais precisou utilizar o que eles chamam de transporte público, não só por um dia, com avisos ou pompa, mas por um mês, para ver a vergonha que é esse comemorado sistema, que é público e só está nessa situação graças a generosas doações de campanha e presentes no mínimo duvidosos aos mandatários locais. Voltando ao assunto que me trouxe de volta às páginas deste periódico que adoro, gostaria de entender a dita cultura, que, assim como o transporte público, piorou significativamente, ou melhor, não piorou, parou, veio a óbito, junto com os desmandos de aprovar o Flamboyant, como aprovado na Lei de Incentivo à Cultura Municipal. Mas, como é sabido por todos, o proprietário do citado empreendimento passa por carências financeiras e não tem como garantir seu sustento e sua imensa produção cultural nesta capital — como se não bastasse a panacéia que se tornou a Lei de Cultura, revivo aqui a palhaçada que foi a eleição do novo conselho de cultura, com participação de entidades sem vínculo real com a área e com distribuição de “colas eleitorais” por parte da direção da Secult, fartamente fotografadas e publicadas na Internet, aliás, bem ao estilo político do mandatário maior do município. Já cansado e enojado continuo, querendo saber o que foi feito da Estação Cultura, antiga Estação Ferroviária de Goiânia, patrimônio histórico nacional, que teve seu projeto arquitetônico alterado na obra, sendo este fato por si só um crime. Não obstante, seu fim, que era a Secretária de Cultura do Município, em claro alerta por sua incompetência, passou o prédio para outro fim, mas eis que uma luz no fim do túnel passa a existir — um festival nacional de cinema realizado pela prefeitura. Parecia que eu iria, enfim, morder a língua, mas não é que sua realização, apesar do sucesso, teve como rescaldo a falta de pagamento da premiação aos vencedores e, por tabela, nós realizadores e produtores locais nos tornamos piada nacional na Internet, inclusive sendo chamados de caloteiros. Acredito piamente que o não-pagamento aconteceu por um problema burocrático, já que vai chegar a um ano de espera, e ainda que essa burocracia deve-se às obras do complexo cultural Cine Ouro, que, na gestão passada, ficou impossibilitado pelo valor do aluguel e condomínio do imóvel, que na época girava em 7 mil reais de aluguel e 3 mil reais de condomínio por mês, o que também impossibilitou, à época, a prefeitura de ter um teatro municipal. Mas agora, passados quatro anos da primeira tentativa, milagrosamente o dinheiro surgiu e mais, o que era para ser um teatro tornou-se um complexo cultural enorme. Conclamo e desafio os jornalistas deste e de outros meios de comunicação verdadeiramente livres para um esclarecimento à população sobre de onde vem dinheiro para esta obra, por que outras iniciativas da Secult não são pagas e, por fim, para onde vai a verba desta secretaria, já que não há atividades realizadas por ela. JEFFERSON DE OLIVEIRA AFFIUNE é produtor cultural. Correio eletrônico: boiaffiune@gmail.com
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